domingo, 23 de dezembro de 2012

Solidariedade

Lembrando o apóstolo Paulo em sua primeira Epístola aos Coríntios-13: “Sem o amor, eu nada seria”. 
Dentro dos preceitos da doutrina espírita, entendemos que ter amor é fazer o bem sem esperar nada em troca. Fazer o bem é também perceber as mais variadas necessidades do outro, que não se resumem unicamente às materiais. Temos que identificar com a delicadeza dos sentimentos as fragilidades e os diversos aspectos das emoções humanas deixando de lado os paradigmas sociais que nos impõem condições, muitas vezes brutais, nos afastando da nossa essência divina. É Simples:  em uma escuta, aperto de mão ou abraço, podemos servir ao próximo.
Ao avaliarmos o comportamento humano devemos lançar o olhar do espírito, evitando tornarmos insensíveis às dores humanas, sem esquecer o verdadeiro sentido da fraternidade que Jesus Cristo nos ensinou. Ele, nosso Mestre maior, deixou uma cartilha de procedimentos tão modernos quanto os que vemos nas instituições e o seu maior diferencial sempre foi o perdão das ofensas, respeito, gratidão, humildade, caridade e amor, em vez do anseio doentio por conquistas muitas vezes infelizes. 
Qual o verdadeiro sentido da vida? 
Seria apenas nascer, viver, morrer sem evoluir em espírito? 
Devemos passar pela vida sem reconhecer que estamos em processo de transformação contínua? 
O que sentimos quando vemos pelas ruas homens, mulheres e crianças entregues à própria sorte, muitas vezes sem um pedaço de pão para comer ou sem água para beber, ou, mais que isso, sem o afeto de um lar para viver? 
O que diríamos então de muitos velhinhos esquecidos em lares geriátricos ou indigentes desprezados em hospitais reduzidos à condições precárias de higiene e respeito? 
Erramos enquanto sociedade e Cristãos? 
Esquecemos que amar a Deus é amar ao próximo?
Temos que educar nossos sentimentos e nos voltar ao amor e à caridade. Façamos a ruptura do pensamento arcaico onde afirma que cada um tem o que merece! 
Afinal, Deus nos criou para o sofrimento? 
Precisamos deixar brilhar em nós a luz do amor incondicional, um amor indulgente, que promove a paz e a compreensão independente das falhas do outro, pois somos filhos do mesmo Pai.
Enfim, nesta época que nos voltamos a ajudar ao próximo, façamos uma reflexão sobre o que entendemos ser o espírito do Cristão. Que a solidariedade não seja vivenciada somente nos momentos festivos e sim por toda nossa vida com ações contínuas e não esporádicas. 
Como diz Paulo: “Sereis reconhecido pelo perfume da caridade que espalhas em torno de ti – O Evangelho Segundo o Espiritismo”. 
Que a nossa fé não seja apenas praticada nos templos de pedra, mas sim no encontro com os mais necessitados, independente de onde estejam, nas ruas, favelas ou hospitais. O verdadeiro espírito solidário nada mais é que a prática do AMOR. 
Muita Paz!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Maledicências

“Quando a força do bem atua, o mal não existe”.

Jesus em sua infinita bondade trouxe um legado de informações e orientações, como numa cartilha de procedimentos que deveríamos adotar em nosso dia-a-dia.

Falou-nos sobre a humildade, o respeito, a amizade, o trabalho, a caridade e o amor.

No Evangelho Segundo o Espiritismo, temos em “Bem Aventurados os que têm puro o coração” a pergunta dos fariseus a Jesus sobre o fato dos discípulos não lavarem as mãos quando sentam à mesa para fazer a refeição. E Jesus lembra aos mesmos que devem honrar seu pai e sua mãe, fazendo uma alusão à forma como tratavam seus pais, contradizendo a lei de Deus. Ainda completa dizendo, este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Faz mais uma menção deixando claro sua sabedoria, quando diz: “Não é o que entra pela boca o que faz imundo o homem, mas o que sai da boca, isso é o que faz imundo o homem”.

Aí encontramos uma maledicência, pois estes faziam julgamento das atitudes tomadas pelos discípulos em detrimento dos seus comportamentos nada complacentes com os seus próximos mais próximos que no caso eram seus pais e esqueciam um dos mandamentos de Deus.

Cada atitude, cada ação, cada pensamento é gerador de força que nada mais é que energia. Tudo que gira ao nosso redor são energias e todas as fontes energéticas estão contidas no Fluido Cósmico Universal, onde nós também somos parte.

Tudo no universo é fonte de energia como o ar, o sol, a água, o mar. O homem transmite seu teor energético através, da transpiração, respiração e o pensamento. O nosso pensamento pode se materializar e de acordo com o mesmo, pode gerar situações tão agradáveis quanto infelizes.

Diz Allan Kardek na Revista Espírita do ano de 1967: “Pelo só fato da presença dos encarnados numa assembleia, os fluidos serão bons ou maus. Quem quer que traga consigo pensamentos de ódio, de inveja, de ciúme, de orgulho, de egoísmo, de animosidade, de cupidez, de falsidade, de hipocrisia, de maledicência, de malevolência, numa só palavra, pensamentos hauridos nas fontes das más paixões, espalha em torno de si eflúvios fluídicos enfermiços, que reage sobre os que cercam. Ao contrário, numa assembleia em que cada um só trouxesse sentimentos de bondade, de caridade, de humildade, de devotamento desinteressado, de benevolência e de amor ao próximo, o ar é impregnado de emanações salubres, em meio às quais se sente viver mais a vontade”.

Diante de fatos não há argumentos! Nosso irmão de Lion deixa claro o quanto precisamos melhorar em atitudes e comportamentos. Esclarece que sendo nós a fonte fluídica geradora das energias que provocamos através dos nossos pensamentos, não podemos esperar a felicidade se pensamos em tristeza, não podemos esperar a saúde se pensamos na doença, não podemos esperar a paz se estamos constantemente em conflito e guerra com o próximo.

Temos uma opção: Ou somos bons ou maus. Certamente que ser maledicente não é a melhor opção, tendo em vista que com o mal a felicidade se afasta; Com o mal não temos saúde nem psíquica, nem física; com o mal os amigos são ausentes, exceto aqueles que são tão sofredores e mal informados quanto os nossos sentimentos doentes.

Pior ainda, é constatar que além dos seres encarnados, podemos nos associar a seres do plano invisível e evidentemente que não serão boas companhias tendo em vista nível vibracional, e que oferecemos para seu contato e a sintonia em pensamentos doentes e enfermiços tão bem explicado por Allan Kardec. De certo que contra estas forças não temos muitas vezes como nos proteger tendo em vista a nossa impossibilidade de muitas vezes não as percebermos de forma muito evidentes, pois as mesmas não são efetivamente materiais, mas que influenciam fortemente sobre nós matéria.

Só há uma forma de combater as maledicências: purificar os nossos pensamentos, mudar a forma de nos comportar.

No Evangelho Segundo o Espiritismo, temos outra prova das maledicências, quando um grupo de homens chega a Jesus com uma mulher afirmando que foi pega e em adultério e lembram a lei mosaica quando sugere que deveria ser apedrejada. Jesus, que se encontrava escrevendo sobre a areia, continua a escrever e levantou-se e afirmou: “Se alguém entre vós não tiver nenhum pecado atire a primeira pedra”. Então todos, um a um começaram a afastar-se e ao final ficou apenas Jesus e a mulher, quando o mestre a perguntou: mulher onde estão os que te acusavam. A mulher respondeu que todos partiram e então Jesus lhe disse: Eu não tenho porque te acusar. Segues e não peques mais.

Então porque julgar, quando nos esquecemos das nossas fraquezas morais? Porque não percebemos que temos muito que contribuir para nossa melhoria e do nosso próximo quando nos disponibilizamos a ajudar ao mais necessitado? Em vez de ser maledicente, porque não ser benevolente?

E dizia Jesus: “Hipócritas! Até quando viverei entre vós?” O que queria dizer o nosso mestre? Não estamos vendo com clareza seu chamado às virtudes? Até quando estaremos nos impedindo de crescer, atrasando nosso processo de evolução espiritual? O que nos falta?

Nos falta o amor, a prática do bem, da humildade, do respeito, da doação irrestrita.

Falta-nos refletir sobre nossos comportamentos e dar apenas o primeiro passo, num processo de melhoria contínua, deixando morrer o homem velho e fazendo nascer o homem novo em simplicidade, em generosidade, em CARIDADE FILIAL.