sexta-feira, 22 de junho de 2018

Espiritualismo e Espiritismo


Século XIX, o século das grandes descobertas científicas. Século da criação da locomotiva a vapor, em 1813, por Richard Trevithick. E outras invenções como a Máquina de Costura, em 1830, pelo alfaiate francês Barthélemy Thimmonier; O código morse e o telégrafo, em 1835, por Samuel Morse; O telefone em 1860, pelo Italiano Antonio Meucci. O mesmo século que quase no seu desfecho, em 1879, nos trouxe a descoberta das lâmpadas incandescentes comercializáveis, de Thomas Edson. O século das grandes invenções. 


O mesmo século em que nasceram: Charles Darwin, Santos Dumont, Allan Kardec, Camille Flammarion, Grabriel Delanne, Léon Denis, Ernesto Bozzano, Bezerra de Manezes, Albert Einstein, Sigmund Freud, Eurípedes Barsanulfo e Vianna de Carvalho. Século do surgimento do Espiritismo!






Quando em março de 1848, em Hydesville, vilarejo a oeste do estado de Nova York, numa simples choupana, onde moravam as meninas Kate e Maggie e seus pais John e Margaret Fox, registraram pancadas inexplicáveis que passaram a sacudir a casa da família Fox. Estalidos, movimentos de objetos, pancadas.

Estes ruídos e movimentos passam a ser registrados por todo mundo, vindo assim a despertar a curiosidade do então professor Hippolite Léon Denizard Rivail, o Sr. Allan Kardec. Na época um pouco cético destes fatos, pois atribuíam estes fatos aos espíritos. No entanto o Sr. Rivail tinha a teoria de que isso se referia a força magnética das pessoas que estavam envolvidas com estes fatos, estudioso que era do magnetismo na época. E para tanto precisava pesquisar, avaliar, comprovar, ser convencido que de fato se tratavam de manifestações espirituais.

Começou então as primeiras reuniões como processo investigativo, pois já havia o fato das mesas que giravam. Eram muitas conjecturas, muitos ruídos, precisavam ser desmistificados.

O Sr. Allan Kardec cria um grupo de pessoas que poderiam contribuir com estas verificações, entre eles alguns ditos médiuns, a Sra. Plainemaison e estudiosos como ele dispostos a encarar os rodopios e o movimento das mesas, como objetos de estudo e não como meio de diversão.

Era o ano de 1855, e na casa da Sra. Plainemaison, estavam todos reunidos em volta de uma mesa, mãos espalmadas sobre a madeira, uma prece iniciando a sessão, longo período de silêncio e espera. O Sr. Rivail já ensaiava a ideia de ir embora, quando de repente ouviram estalidos sobre  os tacos e testemunharam o primeiro movimento da mesa.

Meus irmãos esta é apenas uma preleção para entrarmos no tem ao qual nos trás aqui: Espiritualismo e Espiritismo.

Deste conteúdo anteriormente citado há muito a se conhecer, para o qual recomendo aprofundado estudo, no entanto, não podia deixar de mencionar a personalidade de Allan Kardec, estudioso, com características marcantes, onde necessitava da certeza para poder, então, abraçar uma causa tão séria e de tamanha responsabilidade, que é o Espiritismo. E não podia ser outra pessoa. O Sr. Allan Kardec foi devidamente escolhido, por Jesus e a espiritualidade maior para esta missão.

Para se designarem coisas novas são precisos termos novos, assim começa o Livro dos Espíritos, lançado no ano de 1857, por Allan Kardec.

Desta forma, iniciamos nosso estudo esclarecendo que o espiritualismo é o oposto do materialismo. Quem quer que acredite haver em si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista. No entanto, não significa dizer que quem é espiritualista acredita na existência dos espíritos e na possibilidade da comunicação com o invisível.

A doutrina espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou os espiritistas assim afirmou Kardec.

Diante destas definições, podemos afirmar que certamente todas as religiões a principio são espiritualistas, sejam elas: Afro-Brasileiras, Catolicismo, Protestantismo, Budismo, Espiritismo, Mormonismo, Testemunha de Jeová, entre outras.

Este esclarecimento inicial procede, pois muitos, por desconhecimento, afirmam, por exemplo, que as religiões afro-brasileiras, como candomblé, umbanda, etc., são espíritas, fato este que não é verdade. Sem dúvida alguma são espiritualistas. Podem sim acreditar na comunicabilidade dos espíritos e suas diversas formas de manifestações, no entanto o que fundamenta o Espiritismo é o seu tríplice aspecto: religioso, filosófico e científico.

O Espiritismo enquanto ciência vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo.

O caráter filosófico do Espiritismo está, portanto, no estudo que faz do Homem, sobretudo Espírito, seus problemas, sua origem, sua destinação.

O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, ele compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações.

O Espiritismo repousa sobre as bases fundamentais da religião e respeita todas as crenças. O Espiritismo fundamenta-se essencialmente nos ensinamentos de Jesus e seus princípios de amor e caridade como forma de transformação e renovação da humanidade.

O Espiritismo é uma doutrina filosófica de efeitos religiosos, como qualquer filosofia espiritualista, pelo que forçosamente vai ter às bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma e a vida futura. Mas, não é uma religião constituída, visto que não tem culto, nem rito, nem templos e que, entre seus adeptos, nenhum tomou, nem recebeu o título de sacerdote ou de sumo-sacerdote. Assim afirma Allan Kardec, no Livro Obras póstumas, em Ligeira resposta aos detratores do espiritismo.

Assim, de acordo com Allan Kardec, podemos afirmar o tríplice aspecto do Espiritismo como:
a) Científico – concernente às manifestações dos Espíritos; Estudo e comprovação da existência dos espíritos a comunicabilidade com os homens;
b) Filosófico – Diz respeito aos princípios, inclusive morais, em que se assenta a sua doutrina;
c) Religioso – relativo à aplicação desses princípios.

Dentro destes contextos, devemos destacar que a Doutrina Espírita se fundamenta sobre seis princípios básicos:
1 – A certeza da existência de Deus;
2 – A imortalidade da alma;
3 – A pluralidade das existências, ou seja, a reencarnação;
4 – A pluralidade dos mundos habitados;
5 – A comunicabilidade com os espíritos; e
6 – A crença no Evangelho de Jesus.

Diferente das religiões espiritualistas o Espiritismo usa da racionalidade para comprovar a existência dos espíritos, usando como base fundamental Deus, o criador de todas as coisas, soberanamente bom e justo e nos dá como base sólida os ensinamentos de Jesus e sua doutrina de amor. Abre espaço para uma certeza incontestável que a vida é apenas uma passagem necessária para a evolução dos espíritos, que transitoriamente revestidos por um corpo físico, necessitamos aprender suas lições para buscarmos continuamente a nossa transformação moral na trilha da perfeição. O destino de todos nós, Espíritos, é a vida futura. Que hoje é consequência do ontem e que o amanha será consequência do hoje. Que serão por nossas obras que teremos a conquistas dos méritos, não materiais, imperecíveis, a recompensa da paz suprema, da harmonia e de uma felicidade que apenas àqueles que conseguirem ver a luz do Amor Maior, poderemos finalmente ser convidados a sentarmos ao lado do Pai.

Fernando Oliveira - 22/06/2018.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Orai e Vigiai


"Vigiai e orai, para não cairdes em tentação." - Jesus. MATEUS, 26:41

Tratar o tema “Orai e Vigiai” me faz refletir sobre o sentido e a motivação da oração, assim como os benefícios, a forma de orar e por fim termos instrumentos para através dela nos blindarmos do enfraquecimento, das fragilizações que nós espíritos em processo de renovação precisamos ter para manter a vigilância e continuar este processo de transformação tão necessário, realizando a cada dia nosso encontro com Cristo.

Mas como definir a oração?

Segundo o Dicionário Informal da Internet, oração é a aproximação da pessoa a Deus por meio de palavras ou pensamento. Inclui confissão, adoração, comunhão, gratidão, petição pessoal e intercessão pelos outros.

O que o Espiritismo nos trás sobre a oração?

A prece é uma invocação. Ao fazê-la o homem entra em comunicação pelo pensamento com o ser ao qual se dirige; pode ser para pedir, para agradecer ou para glorificar. Podemos orar por nós mesmos, por outras pessoas, pelos vivos ou pelos mortos. As preces dirigidas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução das vontades d'Ele, e as que são dirigidas aos bons Espíritos são igualmente levadas a Deus. Quando oramos para outros seres que não a Deus, é somente na qualidade de intermediários que eles as recebem, pois nada pode se realizar sem a vontade de Deus.” (ESSE-Cap. 27 – Item 9)

Observando esta definição dada para oração no Evangelho Segundo o Espiritismo chegamos à conclusão que inevitavelmente a oração nos faz bem. E isso é esclarecido com a continuação ainda no capítulo 27 que é a seguinte: “Pela prece, o homem atrai para si o auxílio dos bons Espíritos que o vêm sustentar nas suas boas resoluções e lhe inspirar bons pensamentos. Ele adquire assim a força moral necessária para vencer as dificuldades e voltar ao bom caminho, se dele se afastou. Dessa forma, pode desviar de si os males que atrairia devido às suas próprias faltas.”

No entanto, sabemos orar? Como rezamos?

Fomos criados dentro de contextos religiosos que nos indicam que devemos ter guardadas em nossa mente, como forma de proteção, algumas orações, como o “Pai Nosso” e “Ave Maria”, não é? Sem duvida que estas orações são importantíssimas, mas nos damos conta do que elas representam? O que cada palavra ou frase construída nestas orações tem de impacto sobre nossa vida? Responsabilizamos-nos ao rezar, diante de Deus, sobre os compromissos que estas orações nos convocam?

Ai onde está a questão. Veja o que temos no Evangelho:

“A forma não é nada, o pensamento é tudo. Cada um deve orar conforme suas convicções e do modo que mais lhe agrade, e que mais vale um bom pensamento do que muitas palavras que não tocam o coração.” (ESSE-Cap. 28 – Item 1)
Aí está uma grande lição. Nem sempre orações gravas representam nossos sentimentos ou mesmo nossas verdadeira necessidades. É claro que estas necessidades devem suprir essencial as coisas do espírito, pois as coisas da matéria devem ser conquistadas com nosso próprio esforço.

E mais: Quando orardes, não vos assemelheis aos hipócritas que fingem orar, ao ficarem em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos homens.” (ESSE-Cap. 27 – Item 1)

Orar é um ato de contrição onde apresentamos reservadamente para Deus nosso arrependimento, nossas dores, aflições e principalmente nossa gratidão por sua generosidade conosco.

Conforme já dito, a oração nos aproxima de Deus, dos bons espíritos que são os mensageiros da luz. A oração nos dá refrigério, acalma, conforta, fortalece.
Como na oração os bons espíritos, enviados por Deus, vem em nosso socorro, nos inspiram resignação, confiança, fé e nos dão força para continuar nossa caminhada.
A oração leva auxílio àqueles para quem rogamos.

E Deus realmente atende nossas preces? Como?

Primeiro devemos compreender que qualquer oração é abastecida por um componente indispensável que é a FÉ. Sem fé, sem confiança no refrigério que Deus nos oferece, nada tem sentido. Afinal não foi Jesus que afirmou aos doentes que “A tua fé te curou”? Ele afirmava isso acertadamente, pois não poderia fazer nada se àquele que procurava a cura dos seus males não acreditasse que Deus poderia o assistir.
No entanto, Deus espera de nós algo mais, pois se precisamos dele devemos dar como retorno a nossa reforma íntima, o esforço em ser melhor, não fazer o mal para merecer o bem. Jesus também afirmou a mulher adúltera: “Vá e não peques mais”! Deu a ela a responsabilidade de continuar feliz ao contar com o concurso da proteção do Pai, da sua indulgência, mas evidentemente que com uma condição, não pecar.
E tudo isso está inserido num contexto bem simples: “O Merecimento”. Temos que fazer por merecer o bem. Temos que agir com coerência, respeitar as leis Divinas.

E assim entramos no conceito da vigilância. Temos que nos proteger muitas vezes de nós mesmos, pois na maioria das vezes somos nós que nos proporcionamos os desconfortos de nossas vidas, devido as nossas condutas, comportamentos, escolhas, atitudes.

A vigilância é o ato de estar continuamente combatendo nossas imperfeições e buscando através da transformação moral elevar nossos sentimentos e pensamentos para estar em sintonia com Deus e os bons espíritos.

E devemos constantemente realizar nossas mudanças renunciando ao ódio, a inveja, o orgulho, vaidade, desamor, renovando nosso coração com a humildade, a paciência, a fé, a compaixão, o perdão, resignação, amor ao próximo e principalmente a caridade.

Orai e vigiai! Mas fazeis isso consciente que tudo depende exclusivamente de você mesmo, que será o responsável por promover a felicidade na sua vida! Sejamos todos felizes! Façamos brilhar a nossa luz!

Muita paz!

Fernando Oliveira 01.06.2018