segunda-feira, 10 de junho de 2013

Doutrina Espírita e Umbanda

Sem nenhuma pretensão mística gostaria de conceituar a palavra FOLCLORE que é um conjunto de manifestações populares constituído por lendas, mitos, provérbios, danças e costumes que são passados de geração a geração.

Distinto de conceitos equivocados, o espiritismo surgiu em meados do século XIX, quando o então curioso, professor lionês Hippolyte Léon Denizard Rivail pesquisador e profundo conhecedor de ciências, artes, filosofia e matemática, pois se formou em Yverdun (Suíça) em Letras, Ciências e Doutorou-se e Medicina. Além disso, era fluente em Inglês, Alemão, Italiano e Espanhol, fora seu idioma natal francês, abordado por amigos da época, por volta do ano de 1848, teria sido informado que nos Estados Unidos circulava informações de movimentos involuntários de objetos que chegavam a fazer batidas no solo, nas paredes, ruídos entre outros sons que não havia ação direta de nenhuma pessoa.

Nesta mesma época estes eventos foram classificados como atos de vandalismo ou bruxaria e que seria uma heresia.

Os informes das batidas e ruídos originaram da cidade de Hydesville, estado de Nova York nos Estados Unidos, quando em 1847 a família Fox foi morar, composta pelos Sr. John D. Fox, sua esposa Sra. Margareth e suas filhas Kate de 7 anos e Margareth de 10 anos. Passaram-se alguns meses quando no dia 31 de março de 1848 deu-se o grande evento onde se desencadeou uma série de sons muito fortes e continuados. Kate Fox a menor em sua ingenuidade e espontaneidade desafiou estes ruídos fazendo sons de batidas de mãos o que teve sua replica de imediato. A mãe D. Margareth narra em seus escritos detalhadamente estes eventos que se sucederam por muitos dias.

O Espírito que se comunicava através de batidas se identificou como sido assassinado naquela residência por motivo de dinheiro e que fora enterrado na adega o que foi confirmado ao se fazer as escavações.

As crianças Kate e Margareth mesmo assustadas após estudos criteriosos que seriam compilados pelo insigne Dr. Hippolyte Léon Denizard Rivail seriam médiuns que ofereciam o que depois se denominou como plasma ou fluido vital para viabilizar as comunicações do espírito.

A palavra espiritismo foi criada pelo Sr. Allan Kardec quando em 1857 publicaria a primeira versão do Livro dos Espíritos onde na introdução deste livro, assim se explica:

“Para as coisas novas necessitam-se de palavras novas, assim o quer a clareza da linguagem para evitar confusão inseparável do sentido múltiplo dos mesmos vocábulos. As palavras espiritual, espiritualista, espiritualismo tem a acepção bem definida: dar-lhes uma nova para as aplicar à doutrina dos Espíritos seria multiplicar as causas já numerosas de anfibologia, o mesmo que sentido ambíguo ou duplos sentidos. Com efeito, o espiritualista é o oposto do materialismo: quem crê haver em si outra coisa que a matéria, é espiritualista. Mas não se segue daí que crê na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo visível. Em lugar das palavras espiritual, espiritualismo, das quais a forma lembra a origem e o sentido radical, e que, por isso mesmo têm a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, reservando à palavra espiritualismo a sua acepção própria. Diremos pois, que a Doutrina Espírita ou o Espiritismo tem por princípios as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão espíritas ou, se o quiserem, os espiritistas.”

A Doutrina espírita tem seu tríplice aspecto: Filosófico, Religioso e Científico. Caracterizando os conceitos basilares dos estudos doutrinários sobre a existência dos espíritos.

Entenda-se então por espírito um ser imaterial, que preserva o seu saber ou inteligência, suas emoções e sentimentos.

Um espírito é um ser que em processo de evolução contínua habita nos dois mundos o dos espíritos enquanto desencarnado ou o dos homens enquanto encarnado preservando assim o seu princípio inteligente que é característica principal do espírito.

A Doutrina Espírita vem elencar uma série de princípios morais vislumbrando dar a conhecer aos homens sobre formas adequadas de comportamento e respeito mútuo para a boa convivência na sociedade.

Dentro deste paradigma, o mestre Allan Kardec tendo por base os princípios religiosos que considerava relevantes tentou entender alguns fundamentos existentes na bíblia, através de perguntas e respostas no então livro o Evangelho Segundo o Espiritismo, alçando voo para sua compreensão dos ensinamentos do Mestre Jesus quando de sua passagem pela terra há dois mil anos.

Daí traz na essência da Doutrina tendo Espelho o Mestre Jesus, a revelação de que é essencial compreender o próximo e que para tanto devemos amá-lo, perdoá-lo, e ajuda-lo na condição de corações solidários e caridosos.

 A Doutrina Espírita é a incontestável comprovação da existência dos espíritos e da capacidade de comunicabilidade dos espíritos, seres desencarnados, com os homens, seres encarnados.

Um fato relevante é que como os homens que apresentam características diferenciadas de comportamentos, o que revela seu teor moral, quando das suas necessidades meramente materialistas, físicas, e de sensações que lhes levam a êxtase da sua emoção, no mesmo entendimento, encontramos os espíritos em escala de evoluções morais diferenciadas.

Nesta mesma sequencia de entendimento encontramos o bem e o mal que sem necessidade, graças aos entendimentos de cada um, precisam em certas circunstâncias se sobreporem um ao outro.

Nesta visão, apresentamos situações morais como: desejos, ansiedades, vontades, que uma vez bem canalizadas, associadas a homens do bem que desejam o bem comum, enquanto que na sua contra partida, podemos encontrar estas forças direcionadas para o mal e trazendo muita dor e infelicidade na vida comum.

Como os homens, assim são os espíritos e são os valores morais que nos vinculam àqueles que se assemelham a nós em sentimentos e desejos.

Dentro desta visão, Allan Kardec classifica no Livro dos Espíritos, questão 97, a escala dos espíritos que podem ser primeira ordem, classificados como puros aqueles que alcançaram a perfeição; os da segunda ordem alcançaram a metade da escala: o desejo do bem é sua preocupação; e os imperfeitos, caracterizados pela ignorância, o desejo do mal e todas as más paixões que lhes retardam o progresso.

Compreender e aceitar a existência dos espíritos é aceitar que somos envolvidos por forças que de acordo com nossas próprias tendências podermos nos associar a eles e ser conduzidos a tomar atitudes que serão de nossa plena responsabilidade no presente que terão como consequências resultados felizes ou infelizes no nosso futuro.

Em se falando da Umbanda temos que discorrer sobre sua origem. Vinda da cultura africana quando da vinda dos negros para o Brasil sua ascendente tida com religião o Candomblé. O Candomblé se baseava na adoração aos orixás, que representam as forças que controlam a natureza e seus fenômenos, com água, vento, florestas e raios. Era baseado em ritos e cerimônias feitos em casa e terreiros ou nos quilombos onde os negros adoravam as divindades e seus ancestrais.

Mas sendo o Brasil um país de cultura religiosa rudimentar, direcionado politico e religiosamente pelo culto católico, o Candomblé era proibido.

Sem uma estrutura segmentada e com métodos individualizados pelos cantos onde se cultuava, o candomblé que da sua essência em louvar aos orixás e ancestrais ou eguns (conhecidos como espíritos dos mortos) se formaliza por conceitos além de espiritualistas onde como no Espiritismo reconhece a existência dos espíritos considera que para a realização de algumas tarefas que ora denominam como trabalhos seria necessário  remunerar a casa ou terreiro para alcançar os pedidos desejados. De simples jogo de búzios a sacrifícios de animais o candomblé foi se estabelecendo no brasil desde o final do século XIX coincidindo com o reconhecimento do espiritismo através da codificação do Sr. Allan Kardec.

Alguns candomblecistas acreditam que, cumprindo as obrigações, os orixás trarão as riquezas desejadas. Outros consideram que a maior riqueza que os orixás oferecem é o equilíbrio. Entendam como obrigações oferendas que são dadas aos orixás que numa linguagem específica do candomblé denominam como santo de cabeça. Estas oferendas variam desde frutas, a pratos específicos que representam o alimento do orixá como acarajé, manjar, entre outros e sacrifícios de animais como aves, carneiro e boi, entre outros animais.

Da formatação do candomblé surge no início do século XX a Umbanda, que segundo dados históricos teria se revelado através da comunicação do espírito Caboclo das Sete Encruzilhadas através do médium Zélio de Moraes, um rapaz que desfrutava dos 17 anos de idade e tinha como denominamos no espiritismo mediunidade de psicofonia.

Talvez pela surpresa relativa da ocorrência, interpretado de forma errônea na época de sua manifestação o espírito comunicante influenciou ao médium a criar uma segmentação religiosa que veio se denominar como Umbanda.

Diferentemente do Candomblé a Umbanda que a esta altura já se estabelecia com um mix de personalidades que aceitavam a existência dos espíritos, e que tinha como seus seguidores brancos, negros, mestiços como um todo.

Tidas muitas vezes como manifestações folclóricas o candomblé e a Umbanda, graças ao preconceito e a desinformação sofre ainda hoje perseguição, indo de encontro a um princípio básico da boa convivência entre os homens, a paz e a fraternidade.

Nela ficou estabelecido pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas que o seu culto não deveria estar vinculado a matanças, nem comidas e que com isso dispensava o sacrifício de sangue animal. Admitia a oferta de raízes, folhas, flores e frutos. Os seguidores poderiam expressar sua fé através de danças, cânticos, visitas a cachoeiras, grutas, cemitérios, rios e beira-mar. Reconheciam as divindades espirituais através do culto aos orixás, caboclos, pretos velhos, pretas velhas e exus. Termos que identificavam como numa hierarquia os níveis dos espíritos na acepção dos cultos que realizam.

Em se comparando o Espiritismo com a Umbanda reconhecemos nas duas situações a existência dos espíritos e a influência que eles podem ter sobre os homens. O Espiritismo surgiu na França através da codificação de Allan Kardec com um sistema de orientações e condutas visando melhoria geral da humanidade e mudanças de atitudes para aproximação da única divindade que devemos cultuar Deus nosso Pai, enquanto que na umbanda os cultos variam de acordo com as necessidades das individualidades e objetivos de certa forma materiais, buscando em vez de equilíbrio emocional, harmonia e paz, conquistas emotivas e materiais, com emprego, amor e poder.

Nas duas há comunicabilidade dos espíritos.

No Espiritismo as únicas ofertas necessárias são a fé, o amor, a caridade e preces em benefício da harmonização do indivíduo, de uma comunidade ou conjunto de indivíduos. Na Umbanda pra obter os benefícios e proteção dos espíritos são necessárias oferendas onde com isso se garante a proteção desejada ou até mesmo conquistas, digamos materiais.

É indiscutível que estamos num processo de encaminhamento para o entendimento de nossas existências. Neste processo onde reconhecemos que cada ser está na sua escala adequada de evolução cada expressão religiosa como o Espiritismo, Espiritualismo, Candomblé, Umbanda ou qualquer outra fé que reconhece a existência e importância dos espíritos tem seu valor e servem mesmo que sem conhecimento a um propósito que é o próprio amadurecimento do indivíduo.

Temos em nossas reuniões mediúnicas verdadeiros servidores do bem que surgem em nossa presença com a caracterização de pretos velhos, pretas velhas, caboclos, Indus, médicos, mestres. Estas são as expressões das necessidades, que nós humanos, temos de corporificar as coisas ou pessoas e com isso temos indicativos temos muito a melhorar e que estamos ainda num processo de desenvolvimento intelecto e moral.

Não podemos classificar, sob hipótese nenhuma, em que escala de desenvolvimento se encontra um ou outro espírito. Se um ou outro é imperfeito, se as necessidades materiais suplantam as do espírito, do coração, se a bondade esta longe de se conquistar. O mais importante é que no entendimento amplo devemos respeitar a fé que cada ser professar e que devemos canalizar nossas forças para o bem comum, servindo apenas a um DEUS. O Deus do amor, da caridade, da bondade que são orientações que recebemos através da codificação do professor Lionês Allan Kardec nos livros que temos conhecimento.

domingo, 5 de maio de 2013

Apreciação do Evangelho Segundo o Espiritismo

Fui convidado para realizar uma palestra sobre o tema: Apreciação do Evangelho Segundo o Espiritismo. É certo que apreciar esta rica obra do lionês Allan Kardec seria um grande desafio, que minha humilde pessoa não permite considerar-me devidamente preparado. Este grande orientador nos permitiu desvendar os mistérios dos espíritos, da vida em sua plenitude, e com respeito e admiração, aqui descrevo alguns dados que talvez sirva de caminho para despertar o interesse de alguns estudiosos ou curiosos sobre o espiritismo:

Inicia Allan Kardec descrevendo que o objetivo principal desta obra é tratar e esclarecer as Leis Morais e mostrar a revelação sobre a vida eterna.

Faz uma menção, que as coisas pouco esclarecidas no evangelho se faziam entender através do espiritismo e diz: “Se ele abre horizontes novos para o futuro, derrama luz não menos viva sobre os mistérios do passado”.

Kardec traz nesta obra a sua característica de educador, a explicação e elucidação de alguns termos que serão utilizados em diversos capítulos, como: Samaritanos - seguidores do pentateuco da Lei de Moisés: Gênesis, Êxodo, Levítico, Numero e Deuteronômio; Nazarenos - Judeus que faziam voto de conservar sua pureza e mais adiante, os primeiros Cristãos por seguirem Jesus de Nazaré; Publicanos os cobradores de impostos; Portageiros - os cobradores de baixa categoria, responsáveis inclusive da arrecadação dos direitos de entrada nas cidades; Fariseus - os interpretadores da teologia judaica; Escribas, doutores que ensinavam as Leis de Moisés; Sinagogas – Templos onde se celebravam os grandes eventos religiosos de época; Saduceus – Seita judia que se formou por volta do ano 248 A.C. Não acreditavam nem na imortalidade da alma, nem na ressurreição, nem nos bons ou maus anjos; Essênios e Esseus – Seita judia fundada por volta do ano 150 A.C. Distinguiam-se pelos costumes brandos e virtudes austeras, ensinavam o amor a Deus e ao próximo, a imortalidade da alma e acreditavam na ressurreição; e os Terapeutas – ditos como servidores de Deus e curandeiros, devotados ao celibato e à vida solitária. Formavam uma verdadeira ordem religiosa.

Sócrates e Platão: Através dos escritos do seu seguidor Platão, Sócrates que nada deixou registrado, trouxe-nos grandes ensinamentos religiosos. Tido como o precursor do espiritismo, que é a Doutrina reencarnacionista. Sócrates, como Jesus, foi acusado pelos Fariseus de corromper o povo pelos seus ensinamentos. Combateu os preconceitos religiosos. E Sócrates defendia que o homem é um ser encarnado. Antes da sua encarnação, ela existia aos tipos primordiais, à ideias do verdadeiro, do bem e do belo; deles se separa em se encarnando e, recordando seu passado, está mais ou menos atormentada pelo desejo de a eles retornar; Dizia mais: enquanto tenhamos nosso corpo, e a alma se encontre mergulhada nessa corrupção, jamais possuiremos o objeto dos nossos desejos: a verdade. E outros tantos conceitos que tem todo o principio do espiritismo.

O Evangelho Segundo o Espiritismo contém vinte e oito capítulos, onde vinte e sete deles trata os ensinamentos para a conduta intelecto-moral e o ultimo um conjunto de preces, notadamente como forma orientadora para aprendermos como orar ou rezar. E começa o seu primeiro capítulo com o tema: “Eu não vim destruir a Lei”. São Mateus, no cap. V, v 17 e 18 nos diz: Não penses que vim destruir a lei ou os profetas; eu não vim destruí-los, mas dar-lhes cumprimento; porque eu vos digo em verdade que o céu e a Terra não passarão antes que tudo o que está na lei seja cumprido perfeitamente, até um único jota e um só ponto. Neste mesmo capítulo tem um parágrafo que trata o Espiritismo, com as seguintes colocações: “O Espiritismo é a nova ciência que vem revelar aos homens, por provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual, e suas relações com o mundo corporal; ele no-lo mostra, não mais como uma coisa sobre natural, mas, ao contrário, como uma das forças vivas e incessantemente ativas da Natureza.

No capítulo dois como o tema: “Meu Reino não é deste mundo”, Jesus nos esclarece que existe um reino de boa aventurança nos esperando na eternidade, reino este que ele faz parte nação dos anjos protetores onde é o ser supremo que nos guia e orienta. Foi no encontro com Pôncio Pilatos, que se sentindo aviltado por seu poder perante o povo que foi questionado com se pode ter tanta força se não tem um reino e daí a indagação sobre o fato de ser rei sendo humildemente respondido com tanto saber e elevação moral.

No capítulo três, “Há muitas moradas na casa do meu Pai” tem as elucidações sobre os diversos mundos habitados, com níveis de evolução moral diferenciados. Dos mundos inferiores, onde seres o que os habitam são bem rudimentares, só a força bruta prevalece, estão totalmente presos às necessidades materiais, são raças selvagens num nível primitivo de existência. Dos mundos de provas expiação, onde o mal prevalece sobre o bem. Que os seres que habitam já se encontram em processo de evolução, mas que ainda estão muito presos à matéria, dado os vícios que são inclinados, deixando claro sua grande imperfeição moral. Nos mundos de regeneração, onde as almas arrependidas encontram consolo neste estado transitório entre provas e expiação e mundos felizes. Ainda num processo de amadurecimento, mas em condições de evolução melhores do que dos mundos em estados morais inferiores. E nos mundos felizes há a ventura da plenitude do espírito que se livrou das viciações e das imperfeições natas das prisões materiais. O espírito alcançou a angelitude.

Daí Kardec nos traz o capítulo quatro falando sobre a reencarnação sob o tema “Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo”. Num diálogo estabelecido entre Jesus e seus discípulos sobre Elias, Jesus diz que o mesmo encontra-se novamente na carne e que estava entre eles dando-lhes a entender que se tratava de João Batista o que anunciou a vinda do Cristo, o salvador. E em outro diálogo Jesus pergunta aos seus discípulos quem Ele é, e Simão Pedro lhe responde: Vós sois o Cristo, o Filho de Deus vivo. Entre muitos diálogos que o Cristo teve com seus discípulos esclarecia que é necessário ter fé para entender as coisas do espírito, como nesta passagem de São João Cap. III: Mas se não credes quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis quando vos falar das coisas do céu?

Nos capítulos cinco, sete a dez tem as bem aventuranças. Um conjunto de orientações que trata temas como as aflições da vida, o perdão das ofensas, o orgulho, a humildade, a cólera, a pobreza de espírito, pecado por pensamentos, adultério, a afabilidade e a doçura, a paciência, a indulgência.

No capítulo seis, fala justamente sobre o espiritismo na condição de ser o consolador prometido. Do advento do nascimento de Moisés e sua missão, de Jesus Cristo e todos os ensinamentos de amor e abnegação que nos trouxe e por fim a terceira revelação, o consolador prometido: O Espiritismo, este divisor de águas no nosso saber com incontestáveis provas da existência dos espíritos entre nós, em seu tríplice aspecto: Religioso, Filosófico e Científico.

No capítulo doze, vem a maior lição do Cristo sobre o amor: Amai vossos inimigos.

Nos capítulos treze e quinze fala-nos sobre a caridade com os temas: “Que a vossa mão esquerda não saiba o que dá a vossa mão direita” e “Fora da caridade não há salvação”.

Capítulo catorze e vinte e quatro “Honrai vosso pai e vossa mãe” e “Moral estranha”  o precioso ensinamento de que nossos entes mais próximos é a primeira escola para a regeneração na peregrinação do espírito e que devemos ter gratidão pelo fato de estarmos estagiando no convívio destes que tem relação direta com nossas expiações.

E daí os outros capítulos sobre a devoção e necessidade de se melhorar continuadamente, como: “Não se pode servir a Deus e a Mamon”, “Sede Perfeitos”, “Muitos serão chamados e poucos escolhidos”, “A fé transporta montanhas”, “Os trabalhadores da ultima hora”, “Haverá falsos cristos e falsos profetas”, “Não separeis o que Deus juntou”, “Não coloqueis a candeia sob o alqueire”, “Buscais e achareis” e “Pedi e Obtereis”.

O Evangelho Segundo o Espiritismo é sem dúvidas um livro que deve estar na cabeceira de nossa cama como um verdadeiro conselheiro para nos alimentar a consciência da urgência de nos melhorarmos, de disciplinarmos nossas vidas no caminho para a luz.

De cada capítulo ou tema abordado, muitos ensinamentos que devem ser refletidos para pormos em prática no nosso dia-a-dia. E quando falamos de prática lembremos que o seu maior ensinamento é a “Moral Cristã”. Que associado a ela o exercício do amor associado a caridade que o Mestre Jesus nos ensinou e seus discípulos e seguidores continuam até hoje nos  orientando. Estes ícones no amor Jesus Cristo, Paulo o Apóstolo dos Gentios, Gandhi,  Teresa de Calcutá, Irmã Dulce, Chico Xavier, e outros tantos que ficaram invisíveis ao nosso saber mas que espalharam na terra a semente do amor, da paz e da bondade.

Está aí a grande lição que o Evangelho nos traz, lição esta que nada é mais que os escritos dos ensinamentos dos grandes espíritos que paginaram este livro lembrando que Cristo em seu sacrifício lembra-nos que há possibilidades múltiplas de tornarmos melhores, basta apenas dar o primeiro passo, que poderá ser um grande salto para as esferas luminescentes de um mundo cheio de ventura, no encontro com os anjos da bondade dando-nos acesso ao nosso pai que poderá nos convidar a sentar a sua direita.

Muita Paz!

Fernando Oliveira

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O que é a Nova Era

Está escrito na Gênese, capítulo XVIII “Os tempos marcados por Deus são chegados, nos dizem de todas as partes, onde grandes acontecimentos vão se cumprir para a regeneração da Humanidade.”

O que seria esta regeneração da Humanidade?

Ouvimos falar de profecias diversas, de Nostradamus, dos Maias, de videntes. Ouvimos falar do fim da terra, da dizimação dos povos.

Nostradamus, nascido no século XVI, ano de 1503, aos 51 anos começou a revelar suas profecias, entre as quais se atribui a ele a Ascenção de Hitler, a Revolução Francesa e também o regime ditatorial dos governantes Muammar Al-Gaddafi (ou Khadafi), Saddam Hussein e Osama Bin Laden. Foram mais de mil profecias, onde em meio a elas sugere também o fim do mundo.

Marlene Nobre junto com Gerardo Lemos Neto publicaram no livro “Não Será em 2012” informações precisas sobre as sugestões da mudança dos tempos. Digo mudança dos tempos, pois nos seus estudos sobre os Maias, detentores de autos conhecimentos astronômicos, trazem informações precisas no calendário, construído por eles, sobre prováveis transformações em nosso planeta.

Na leitura do livro do escritor Fernando Malkun, exímio estudioso dos Maias, Marlene Nobre identifica que a base de seus estudos está no movimento dos corpos celestes. Malkun acredita que as mudanças estão ocorrendo porque vivemos a era da informação e da energia, e da capacidade de manifestação de poder. Informa que estamos imersos num campo de energia, enviado especialmente pelo Sol que impacta na ionosfera com consequências diretas para o planeta e que há trinta anos a quantidade de descargas elétricas na superfície da terra que era de 1000 por segundo passou a ser de 2.200 descargas por segundo.

Diz Malkun, de acordo com os Maias, conhecedores dos ciclos de rotação e translação da terra (que são os giros de 24 horas em torno de seu eixo e de 365 dias em torno do Sol) que o Sistema Solar move-se em redor da galáxia em ciclos bem definidos de 26 mil anos. Estes ciclos foram divididos pelos Maias em quatro eras de 5.200 anos cada e estamos vivendo a quarta era, sendo que os últimos dias dessa era seriam vividos no final do ano 2012. Em função da conclusão desta quarta era alguns acreditavam que seria um prenuncio do fim do mundo.

Ainda de acordo com os Maias na próxima era muitas mudanças vão acontecer na nossa galáxia. Que no próximo ciclo cósmico, as atividades do Sol vão sofrer grandes modificações, devido à trajetória que vai percorrer, e como consequência a temperatura da Terra vai aumentar e haverá elevação do nível do mar devido ao derretimento do gelo nas montanhas e nas calotas polares, além de mudanças no comportamento humano e na nossa sensibilidade, no que tange a nossa crença e autoconfiança. Também se acredita que será possível ver naturalmente a aura de uma pessoa, no que facilitará a percepção dos verdadeiros sentimentos de um para com o outro.

Contudo, na contrapartida destas crenças dos Maias, existem opiniões divergentes, escritas neste mesmo livro, oriundas do depoimento de Gerardo Lemos Neto através de conversas tidas com o Médium Francisco Cândido Xavier.

Ele narra a Marlene Nobre que em conversa com Chico, orientado pelo espírito Emmanuel, a revelação que em meados dos anos 38, no século passado, teria havido uma reunião entre as potências angélicas, da qual Jesus Cristo é membro, para discutir o destino da Terra. Vale salientar que nesta época iniciávamos a segunda guerra mundial, fato que causava muita preocupação aos amigos do plano espiritual. Estes abnegados benfeitores espirituais pediam a Jesus mais uma oportunidade para a regeneração da Terra, tendo em vista a grande casta de espíritos encarnados que lutavam desenfreadamente pelo poder, ação ambiciosa e egoísta, contrariando aos ensinamentos de amor e caridade que o próprio Jesus deixou-nos quando em sua estada aqui na Terra, há dois mil anos.

Desta reunião, saiu a decisão de que o planeta Terra teria mais uma oportunidade para sua redenção de 50 anos, a contar de 20 de Julho de 1969, desde que neste período não houvesse a temida terceira guerra mundial.

Desta forma, Jesus concederia uma ultima moratória para que o nosso planeta tivesse chance de alcançar o progresso moral.

Ainda segundo Emmanuel, o orientador espiritual de Chico Xavier, as nações terrenas, durante este período de 50 anos, teriam que aprender a arte do bom convívio e da fraternidade, evitando uma guerra de destruição nuclear para por fim a terra ser admitida na comunidade planetária do Sistema Solar como um mundo em regeneração. Fato este que aconteceria no ano de 2019. Contrariando assim a tese de que o mundo acabaria em 2012.

É bem verdade que tendo em vista estas anotações, primeiro de Nostradamus, depois dos Maias e por fim Chico Xavier, concluímos claramente que a transformação da humanidade é inevitável. Contudo, algumas questões nos invadem a mente tendo em vista a complexidade do assunto.

Como será esta transformação? O fim do mundo realmente acontecerá? De que forma será?

Mas não somente estas revelações nos afligem, pois temos também na bíblia as revelações do Apocalípse, cap. 9, vers. 18 que diz: “Por estas três pragas: pelo fogo, pelo fumo e pelo enxofre que saíam das suas bocas foi morta a terça parte dos homens”.

Entre tantas outras que ali encontramos podemos não tomar ao pé da letra estas palavras, pois que como o próprio Jesus nos anunciava: “Não ficará pedra sobre pedra”, podemos ter a liberdade de traduzi-las com uma verdadeira batalha do bem contra o mal e que, sem dúvida alguma, o grande vencedor será sempre o bem.

Jesus que nos falava por parábolas, sabia que nosso parco conhecimento não nos permitia entender a abrangência de suas expressões para alcançar o verdadeiro significado de suas palavras. Hoje, dois mil anos depois, com o advento do “Consolador Prometido”, o Espiritismo podemos ousar em substituir estas palavras: fogo, fumo e enxofre, pelas palavras ambição, orgulho e ódio, sentimentos que contradiz ao amor, a caridade e o perdão.

Kardec em Obras Póstumas no capítulo intitulado “A Nova Geração” nos aponta: “A Terra freme de alegria; aproxima-se o dia do Senhor; todos os que entre nós estão à frente disputam porfiadamente por entrar na liça. Já o Espírito de algumas valorosas almas encarnadas agitam seus corpos até quase despedaçá-los. A carne interdita não sabe o que há de pensar; desconhecido fogo a devora. Elas serão libertadas, porque chegaram os tempos. Uma eternidade está a ponto de espirar, uma eternidade gloriosa vai despontar em breve e Deus conta seus filhos”.

Neste mesmo capítulo anuncia a reencarnação de espíritos de escol a iniciar a preparação da terra para uma fase de transformação. O texto acima sugere exatamente a mudança de comportamentos onde nós espíritos encarnados, presos a matéria, não temos condições de entender determinados contextos da revelação do senhor sobre as mudanças do nosso planeta. Em função de muitos desregramentos, conforme descritos nos livros Planeta Terra em Transição e Expiação Planetária dos espíritos Ismael e Manoel Philomeno de Miranda, muitos cataclismos, tsunamis, eventos naturais ocorreram e possivelmente ainda haverão de acontecer visando o saneamento do planeta Terra provocando expiações coletivas, tidos os desmandos e o desvirtuamento moral ao qual estamos levando nosso orbe.

Na revista Reformador dos meses de outubro, novembro e dezembro de 2010 temos uma série de artigos que trata o assunto da Nova Era atenuando textos dos livros Obras Póstumas, Gênese e O Livro dos Espíritos e neste ultimo tem o seguinte: “Aproximai-vos do momento em que se dará a transformação da Humanidade, transformação que foi predita e cuja chegada é acelerada por todos os homens que auxiliam o progresso.”

Este progresso nada mais é que marcham para a caridade, fraternidade e solidariedade e que nos assegurará naturalmente a transformação moral.

É neste contexto que entra o Espiritismo, com a ajuda dos amigos espirituais, através da generosidade de Deus, nosso pai, e Jesus o Governador Espiritual da Terra trazendo-nos um conjunto de orientações para fomentar todo o processo de progressão da humanidade. Seja através da ciência, da arte, da tecnologia, da comunicação e todos os meios para o desenvolvimento psicossocial, haverá de finalmente findar os tempos de prova e expiação e inaugurar, mesmo que sem a preocupação de datas precisas para este fim, a fase de regeneração do Planeta Terra.

Sabemos que somos aproximadamente 7 bilhões de vidas que precisam entrar nesta estrada, deixando para trás a escuridão do desamor, do ódio, da arrogância, do egoísmo e caminhar ao encontro da bondade, do respeito, da humildade, da caridade fraternal, do perdão e AMOR eterno.

Trazemos novamente outro trecho da Gênese no capítulo “A Geração Nova”, que diz: “Para que os homens sejam felizes sobre a Terra, é necessário que ela não seja povoada senão por bons Espíritos, encarnados e desencarnados, que não quererão senão o bem. Tendo chegado esse tempo, uma grande emigração se cumprirá entre aqueles que a habitam. Aqueles que fazem o mal pelo mal, e que o sentimento do bem não toca, não sendo mais dignos da Terra transformada, dela serão excluídos, porque lhe trariam de novo a perturbação e a confusão, e seria um obstáculo ao progresso. Eles irão expiar o seu endurecimento, uns nos mundos inferiores, os outros entre as raças terrestres atrasadas, que serão o equivalente de mundos inferiores, onde levarão os seus conhecimentos adquiridos, e terão por missão fazê-las avançar. Serão substituídos por Espíritos melhores, que farão reinar, entre eles, a justiça, a paz e a fraternidade”.

E são estas frases finais: Justiça, Paz e Fraternidade que preparará o terreno para as grandes transformações que irão acontecer no orbe terrestre.

A fase de Provas e Expiações finda quando reconhecermos todas as nossas fraquezas e iniciarmos espontaneamente a nossa transformação moral, que denominamos como Reforma Íntima. Auxiliados pelas forças cósmicas que emanam magneticamente energias beneficiando-nos e nos fortalecendo, clareando nossos pensamentos, canalizados para o bem para acelerarmos o processo de melhoramento nosso e de cada irmão que habita o nosso planeta, poderemos evitar a destruição da natureza, da qual nós todos fazemos parte, e aflorar a NOVA ERA, intitulada como fase de REGENERAÇÃO.

Fernando Oliveira - 09/01/2013. 

domingo, 23 de dezembro de 2012

Solidariedade

Lembrando o apóstolo Paulo em sua primeira Epístola aos Coríntios-13: “Sem o amor, eu nada seria”. 
Dentro dos preceitos da doutrina espírita, entendemos que ter amor é fazer o bem sem esperar nada em troca. Fazer o bem é também perceber as mais variadas necessidades do outro, que não se resumem unicamente às materiais. Temos que identificar com a delicadeza dos sentimentos as fragilidades e os diversos aspectos das emoções humanas deixando de lado os paradigmas sociais que nos impõem condições, muitas vezes brutais, nos afastando da nossa essência divina. É Simples:  em uma escuta, aperto de mão ou abraço, podemos servir ao próximo.
Ao avaliarmos o comportamento humano devemos lançar o olhar do espírito, evitando tornarmos insensíveis às dores humanas, sem esquecer o verdadeiro sentido da fraternidade que Jesus Cristo nos ensinou. Ele, nosso Mestre maior, deixou uma cartilha de procedimentos tão modernos quanto os que vemos nas instituições e o seu maior diferencial sempre foi o perdão das ofensas, respeito, gratidão, humildade, caridade e amor, em vez do anseio doentio por conquistas muitas vezes infelizes. 
Qual o verdadeiro sentido da vida? 
Seria apenas nascer, viver, morrer sem evoluir em espírito? 
Devemos passar pela vida sem reconhecer que estamos em processo de transformação contínua? 
O que sentimos quando vemos pelas ruas homens, mulheres e crianças entregues à própria sorte, muitas vezes sem um pedaço de pão para comer ou sem água para beber, ou, mais que isso, sem o afeto de um lar para viver? 
O que diríamos então de muitos velhinhos esquecidos em lares geriátricos ou indigentes desprezados em hospitais reduzidos à condições precárias de higiene e respeito? 
Erramos enquanto sociedade e Cristãos? 
Esquecemos que amar a Deus é amar ao próximo?
Temos que educar nossos sentimentos e nos voltar ao amor e à caridade. Façamos a ruptura do pensamento arcaico onde afirma que cada um tem o que merece! 
Afinal, Deus nos criou para o sofrimento? 
Precisamos deixar brilhar em nós a luz do amor incondicional, um amor indulgente, que promove a paz e a compreensão independente das falhas do outro, pois somos filhos do mesmo Pai.
Enfim, nesta época que nos voltamos a ajudar ao próximo, façamos uma reflexão sobre o que entendemos ser o espírito do Cristão. Que a solidariedade não seja vivenciada somente nos momentos festivos e sim por toda nossa vida com ações contínuas e não esporádicas. 
Como diz Paulo: “Sereis reconhecido pelo perfume da caridade que espalhas em torno de ti – O Evangelho Segundo o Espiritismo”. 
Que a nossa fé não seja apenas praticada nos templos de pedra, mas sim no encontro com os mais necessitados, independente de onde estejam, nas ruas, favelas ou hospitais. O verdadeiro espírito solidário nada mais é que a prática do AMOR. 
Muita Paz!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Maledicências

“Quando a força do bem atua, o mal não existe”.

Jesus em sua infinita bondade trouxe um legado de informações e orientações, como numa cartilha de procedimentos que deveríamos adotar em nosso dia-a-dia.

Falou-nos sobre a humildade, o respeito, a amizade, o trabalho, a caridade e o amor.

No Evangelho Segundo o Espiritismo, temos em “Bem Aventurados os que têm puro o coração” a pergunta dos fariseus a Jesus sobre o fato dos discípulos não lavarem as mãos quando sentam à mesa para fazer a refeição. E Jesus lembra aos mesmos que devem honrar seu pai e sua mãe, fazendo uma alusão à forma como tratavam seus pais, contradizendo a lei de Deus. Ainda completa dizendo, este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Faz mais uma menção deixando claro sua sabedoria, quando diz: “Não é o que entra pela boca o que faz imundo o homem, mas o que sai da boca, isso é o que faz imundo o homem”.

Aí encontramos uma maledicência, pois estes faziam julgamento das atitudes tomadas pelos discípulos em detrimento dos seus comportamentos nada complacentes com os seus próximos mais próximos que no caso eram seus pais e esqueciam um dos mandamentos de Deus.

Cada atitude, cada ação, cada pensamento é gerador de força que nada mais é que energia. Tudo que gira ao nosso redor são energias e todas as fontes energéticas estão contidas no Fluido Cósmico Universal, onde nós também somos parte.

Tudo no universo é fonte de energia como o ar, o sol, a água, o mar. O homem transmite seu teor energético através, da transpiração, respiração e o pensamento. O nosso pensamento pode se materializar e de acordo com o mesmo, pode gerar situações tão agradáveis quanto infelizes.

Diz Allan Kardek na Revista Espírita do ano de 1967: “Pelo só fato da presença dos encarnados numa assembleia, os fluidos serão bons ou maus. Quem quer que traga consigo pensamentos de ódio, de inveja, de ciúme, de orgulho, de egoísmo, de animosidade, de cupidez, de falsidade, de hipocrisia, de maledicência, de malevolência, numa só palavra, pensamentos hauridos nas fontes das más paixões, espalha em torno de si eflúvios fluídicos enfermiços, que reage sobre os que cercam. Ao contrário, numa assembleia em que cada um só trouxesse sentimentos de bondade, de caridade, de humildade, de devotamento desinteressado, de benevolência e de amor ao próximo, o ar é impregnado de emanações salubres, em meio às quais se sente viver mais a vontade”.

Diante de fatos não há argumentos! Nosso irmão de Lion deixa claro o quanto precisamos melhorar em atitudes e comportamentos. Esclarece que sendo nós a fonte fluídica geradora das energias que provocamos através dos nossos pensamentos, não podemos esperar a felicidade se pensamos em tristeza, não podemos esperar a saúde se pensamos na doença, não podemos esperar a paz se estamos constantemente em conflito e guerra com o próximo.

Temos uma opção: Ou somos bons ou maus. Certamente que ser maledicente não é a melhor opção, tendo em vista que com o mal a felicidade se afasta; Com o mal não temos saúde nem psíquica, nem física; com o mal os amigos são ausentes, exceto aqueles que são tão sofredores e mal informados quanto os nossos sentimentos doentes.

Pior ainda, é constatar que além dos seres encarnados, podemos nos associar a seres do plano invisível e evidentemente que não serão boas companhias tendo em vista nível vibracional, e que oferecemos para seu contato e a sintonia em pensamentos doentes e enfermiços tão bem explicado por Allan Kardec. De certo que contra estas forças não temos muitas vezes como nos proteger tendo em vista a nossa impossibilidade de muitas vezes não as percebermos de forma muito evidentes, pois as mesmas não são efetivamente materiais, mas que influenciam fortemente sobre nós matéria.

Só há uma forma de combater as maledicências: purificar os nossos pensamentos, mudar a forma de nos comportar.

No Evangelho Segundo o Espiritismo, temos outra prova das maledicências, quando um grupo de homens chega a Jesus com uma mulher afirmando que foi pega e em adultério e lembram a lei mosaica quando sugere que deveria ser apedrejada. Jesus, que se encontrava escrevendo sobre a areia, continua a escrever e levantou-se e afirmou: “Se alguém entre vós não tiver nenhum pecado atire a primeira pedra”. Então todos, um a um começaram a afastar-se e ao final ficou apenas Jesus e a mulher, quando o mestre a perguntou: mulher onde estão os que te acusavam. A mulher respondeu que todos partiram e então Jesus lhe disse: Eu não tenho porque te acusar. Segues e não peques mais.

Então porque julgar, quando nos esquecemos das nossas fraquezas morais? Porque não percebemos que temos muito que contribuir para nossa melhoria e do nosso próximo quando nos disponibilizamos a ajudar ao mais necessitado? Em vez de ser maledicente, porque não ser benevolente?

E dizia Jesus: “Hipócritas! Até quando viverei entre vós?” O que queria dizer o nosso mestre? Não estamos vendo com clareza seu chamado às virtudes? Até quando estaremos nos impedindo de crescer, atrasando nosso processo de evolução espiritual? O que nos falta?

Nos falta o amor, a prática do bem, da humildade, do respeito, da doação irrestrita.

Falta-nos refletir sobre nossos comportamentos e dar apenas o primeiro passo, num processo de melhoria contínua, deixando morrer o homem velho e fazendo nascer o homem novo em simplicidade, em generosidade, em CARIDADE FILIAL.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A lógica da reencarnação




Começamos definindo o termo reencarnação.
Segundo Jose Carlos Leal, no livro Reencarnação Passo a Passo, a palavra reencarnação é um conjunto de elementos mórficos onde o RE que é um prefixo, indica repetição, o EM representa o movimento para dentro como a palavra infiltrar, o CARNA ou CARNE é um radical que significa corpo e palavra AÇÃO é outro sufixo formador de substantivos que aparece em atenção, formação ou atuação. Por fim, ele define reencarnação como o ato de um espírito desencarnado assumir um corpo físico, ou seja, nascer de novo.
Que fique claro, do ponto de vista genético, para alguém nascer é necessário antes a fecundação, o desenvolvimento do feto para por fim o nascimento. Naturalmente que este ser que terá uma alma ou espírito.
E por que o espiritismo defende a reencarnação?
Está na bíblia, em São Mateus capítulo 28 a passagem da ressureição de Jesus Cristo. Quando Maria Madalena vai visitar seu túmulo e vê um anjo que lhe informa sobre a ressureição previamente anunciada pelo Mestre Jesus.
Também encontramos em São Mateus, capítulo 16, versículos 13 a 17 a revelação da divindade de Jesus e sua missão aos discípulos, quando Simão Pedro lhe afirma, depois de questionado por Jesus: “Tu és o Cristo filho de Deus vivo”. No Capítulo 17, versículos 10 a 13, os discípulos lhe perguntam por Elias da seguinte forma: Por que os escribas afirmam que Elias venha primeiro? E Jesus lhes responde: Na verdade Elias vem e restaurará todas as coisas; digo-vos, porém, que Elias já veio e eles não o reconheceram. Fazendo assim uma menção a João Batista.
Diante destes fatos, não temos como contestar a reencarnação. Como explicar verdadeiros prodígios da sabedoria humana, como Mozart que aos seis anos de idade já compunha suas obras clássicas, nos dando o prazer da música erudita. Crianças com saber incríveis que somente um adulto teria capacidade de demonstrá-los.
No Livro dos Espíritos, encontramos a seguinte colocação: “Certas pessoas repelem a ideia da reencarnação por motivos apenas da sua conveniência, dizendo acharem bastante uma só existência e que não gostariam de recomeçar outra semelhante”.
Isto nos faz refletir sobre qual a finalidade da reencarnação. Divaldo Pereira Franco, em entrevista ao programa Transição, diz que a grande finalidade da reencarnação é o desenvolvimento intelecto-moral do homem.
Também no Livro dos espíritos, encontramos explicações sobre as Leis Morais, entre elas Leis Natural, do Trabalho, de Conservação, de Destruição, de Justiça, Amor e Caridade, entre outras. É um conjunto de orientações dos espíritos nos explicando que estamos em processo de evolução e temos que nos comportar adequadamente perante estas leis divinas, na condução da existência atual.
A reencarnação tem também a finalidade da nossa reeducação. Mas por que devemos nos reeducar?
Temos que compreender alguns fatos no processo da reencarnação. É certo que reconhecendo esta possibilidade, das vidas sucessivas, aceitamos que tivemos outras vidas.
Como a tivemos se não nos lembramos de nada ocorrido nelas? Qual a finalidade de não termos estas lembranças?
As lembranças são esquecidas graças à generosidade de Deus para evitar perturbações psíquicas e também não comprometer o processo de desenvolvimento da missão por nós assumida neste processo de evolução do espírito. Temos que entender que em outras vidas, certamente nos relacionamos com outros espíritos e por possíveis distúrbios e indisciplinas morais podíamos ter contraído dívidas com os mesmos. Em toda relação estamos expostos aos nossos comportamentos e atitudes, e nem sempre somos coerentes. Nestes momentos podemos agir de forma nada adequada, que nos fazem entrar em conflito com o próximo, podendo por um acesso das nossas emoções, provocar muita dor e sofrimento para a vida do próximo e precisamos de alguma corrigir estes fatos. Se em uma vida não conseguirmos fazer isso? Aí está uma grande oportunidade, que através da reencarnação, virmos com a missão de melhorar e ajudar aos seres que se reencontram conosco visando nosso amadurecimento e deles também.
Entender a nossa vida como uma oportunidade de crescimento e os valores do bem, do amor e da caridade, esta é uma grande proposta da reencarnação.
Gabriel Delanne, no livro Reencarnação, procura comprovar cientificamente o processo das vidas sucessivas. Na sua conclusão final nos diz o seguinte: “O estudo das comunicações espíritas provou-nos, de maneira irrefutável, que a situação da alma, depois da morte, é regida por uma lei de justiça infalível, segundo a qual os seres se encontram em condições de existência, que são rigorosamente determinadas por seu grau evolutivo e pelos esforços que faz para melhorar”.
Diz mais: “A lei moral impõe sanções inelutáveis àqueles que a violaram”.
Estamos aqui falando da Lei de Ação e Reação ou Lei de Causa e Efeito. Esta lei diz que toda a ação provocada em benefício ou em sentido contrário para alguém deverá nos retornar na mesma proporção de sentimento. Em outras palavras significa que não podemos esperar do próximo uma atitude de carinho se a damos desamor. O bem é sempre o bem e o mal nos trará consequências terríveis para nossas existências anterior, atual ou para as seguintes, se tivermos oportunidade. E porque não dizer que o mal que causamos a outrem nos traz a necessidade de ajuste e renovação na vida atual. Devemos nos esforçar para fazer o bem independente das dificuldades que tivermos que enfrentar.
Visualizando a Lei de Causa e Efeito, podemos compreender as desigualdades sociais e também algumas deficiências físicas que alguns irmãos trazem em seu corpo, em seus membros ou mente.
Considerando que em vidas passadas podíamos ter tratado nosso corpo físico com desamor e indisciplina, marcamos nosso períspirito com as chagas do nosso desrespeito, provocando marcas que só poderiam ser ajustadas em nova existência física.
Assim a explicação para as vidas sucessivas adquire um valor incontestável, pois que oferece uma solução racional a todos os problemas que, sem ela, permaneceriam insolúveis, diz Gabriel Delanne.
A miséria humana, os delitos, vícios com drogas, álcool e os diversos desregramentos morais nos indicam que urge a necessidade de melhorarmos continuamente, é a reforma íntima. É o esforço contínuo para se tornar mais humano, mais dócil, mais terno. E se tivéssemos que sugerir uma forma para fazer isso, diríamos, aproveite esta vida para viver feliz, não a felicidade da matéria, mas a da humildade, do respeito, do estudo, do trabalho, da bondade, da caridade, do ser útil para o próximo, do amor. Esta é a lógica da reencarnação.
 
Fernando Oliveira