sexta-feira, 20 de julho de 2018

Conhecimento e livre-arbítrio: ferramentas para evolução do espírito.


Vamos iniciar nossas reflexões sobre este tema trazendo três definições que serão os pilares para desenvolvermos nosso pensamento.

Na primeira, trazemos Kardec com a seguinte questão:
“Tem o homem o livre-arbítrio de seus atos?”

“Pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina.” (Livro dos Espíritos – pergunta 843)

Já nessa resposta que os espíritos fazem ao Kardec, lembramos o Filósofo René Descartes, que afirma: “PENSO, LOGO EXISTO”. Descarte desejava, através desta afirmativa, obter o conhecimento absoluto, irrefutável e inquestionável.

Vale salientar que Kardec era seguidor do pensamento filosófico de Descartes considerando a possibilidade de descartar varias hipóteses para considerar uma verdade.

A Doutrina Espírita preconiza a ideia de que o espírito é livre para tomar suas decisões, fazer suas escolhas e seguir a direção que lhe parecer conveniente. Este princípio, está embasado sob o conceito de liberdade que até na sociedade se estabelece, tendo em vista que, em sua essência, este é um direito legado a todo ser humano.

Dos três aspectos fundamentais da Doutrina Espírita, destacamos o filosófico que aborda o princípio da relação entre os homens, observando e entendendo seus problemas, sua origem e sua destinação, bem como as consequências morais destas relações. Este destaque se faz necessário para podermos articular e evidenciar os conceitos que serão abordados a partir de então.

Dentro desta analogia, vamos discutir o que popularmente conhecemos como livre-arbítrio.

A segunda definição vem através de Rodolfo Calligaris no Livro As Leis Morais, onde afirma que o livre arbítrio é “a faculdade que tem o indivíduo de determinar a sua própria conduta”, ou, em outras palavras, a possibilidade que ele tem de, “entre duas ou mais razões suficientes de querer ou de agir, escolher uma delas e fazer que prevaleça sobre as outras”.

E a terceira definição é de Léon Denis, no Livro O problema do ser, do destino e da dor, onde afirma que: “a liberdade é a condição necessária da alma humana que, sem ela, não poderia construir o destino.”

Partindo destes princípios, vamos aventar nossos pensamentos.

No entanto, esta liberdade se restringe quando, partindo do pressuposto que para construí-la, por consequência obter o livre-arbítrio, o homem a priori está condicionado se submeter a regras de convivência e aceitar no conjunto do que as estabelecem os limites que estas relações impõem.

Se dentro do que se restringem as relações da convivência entre os homens, pressupõe-se que o mesmo tem como principio de direito, a liberdade de ir e vir e de expressão. Seguindo a ideologia de unidade, saindo do eixo da individualidade e expandindo para o contexto de conjunto, comunidade, o então livre-arbítrio passa a se restringir ao conceito básico, o de que esta dita liberdade, de determinar sua própria convivência, infringe o principio de que o direito de um cessa quando o mesmo não aflige o da outra personalidade ou individualidade.

Daí vem a orientação constante no Evangelho segundo o espiritismo, capítulo 12, item 14: “Não façais aos outros, o que não quereríeis que vos fizessem”.

Partindo deste princípio, notadamente, o que condiciona toda esta liberdade fica restrito a um nível de abrangência que impede do então liberto dos conceitos sociais, assumir a obrigação de respeitar aos princípios básicos de convivência, de forma que o bem-estar não fique limitado a satisfazer apenas uma pessoa, mas sim um conjunto de indivíduos, família, agrupamento, comunidade, nação, e, finalmente, a humanidade.

Seguindo esta lógica de raciocínio, mesmo que intuitivamente, um ser, ou conjunto de pessoas, sabem que a felicidade não se restringe tão somente à fomentação dos recursos por elas mesmas criadas e sim por todos os membros da convivência comum. Faz-se necessário então expandir a linha do conhecimento, ainda restrito nas miopias individualistas, passando a se ter um olhar para além, sendo obrigatório se permitir sair da zona de conforto, seguindo então para o imprescindível estudo dos diversos aspectos que definem as relações dos homens, sejam nos variados contextos do conhecimento, à religião, à ciência e à filosofia.

Estes paradigmas nos condicionam a abrir o olhar e nos faz perceber a atualidade da Codificação Espírita, quando saindo dos conceitos minimalistas do então espiritualismo, descoberto através das sensacionalistas exposições em meados do século 19, com as batidas e movimentos das mesas, para novos contextos da fé raciocinada, à comprovação da comunicabilidade dos espíritos, fazendo então o Sr. Alan Kardec expandir seu olhar para o novo, trazendo à luz do conhecimento o que definiu então como Espiritismo, que sai dos princípios materialistas, à certeza da existência dos espíritos, mas fazendo-nos entender que, além disso, deveríamos trabalhar a moralidade, a fé raciocinada e a consciência.

E das muitas orientações, decorrentes da compilação da codificação espírita e do severo estudo e pesquisa realizados, recebemos a seguinte orientação do Espírito Verdade: “Espíritas, amai-vos, eis o primeiro ensinamento. Instruí-vos, eis o segundo.” (ESE-Cap. 6, item 5)

Esta sentença nos leva a concepção de que, mesmo tendo como essência do espírito o livre-arbítrio, ou o princípio de liberdade, sem conhecimento estaríamos fadados a infringir tudo que fomenta tais conceitos. Também, partindo da orientação do “amai-vos”, percebemos que estando isolados não poderíamos vivenciar as verdadeiras lições que a vida nos proporciona, a vida corpórea, que é a sentença do aprendizado, a oportunidade da evolução através de nossa transformação moral e intelectual.

No entanto, não podemos deixar de considerar que se o conhecimento é-nos dado por Deus, e ainda assim permite que tenhamos a condição de espíritos livres para trilhar nosso caminho, fazer nossas escolhas, e neste trajeto ainda terminamos por desviá-lo, atrasando o processo de nossa evolução, entendemos porque Jesus afirma: “Pedir-se-á muito àquele que muito recebeu, e prestará contas aquele a quem foram confiadas muitas coisas. (Lucas, 12:47 e 48), ou seja, muito será cobrado à quem muito foi dado.

Assim faz sentido o alerta de Léon Denis: “A questão do livre-arbítrio tem uma importância capital e graves consequências para toda a ordem social, por sua ação e repercussão na educação, na moralidade, na justiça, na legislação, etc.” (Livro: O problema do ser, do destino e da dor).

E continua: “O Espírito só está verdadeiramente preparado para a liberdade no dia em que as leis universais, que lhe são externas, se tornem internas e conscientes pelo próprio fato de sua evolução. No dia em que se penetrar da lei e fizer dela a norma de suas ações, terá atingido o ponto moral em que o homem se possui, domina e governa a si mesmo.

“Libertando-se das paixões e da ignorância, cada homem liberta seus semelhantes. Tudo o que contribui para dissipar as trevas da inteligência e fazer recuar o mal, torna a humanidade mais livre, mas consciente de si mesma, de seus deveres e potências.”

Preconizar o Livre-arbítrio sem oferecer os insofismáveis recursos do conhecimento, para o homem alçar voo no seu processo evolutivo, associado às mudanças comportamentais, amaciando os sentimentos e as emoções, significa impedi-lo de obter, no tempo propício, a evolução moral e consequentemente a evolução espiritual.

Se estamos certos de que estes conceitos devem ser postos em prática, obteremos os resultados propostos então por Deus a todos os seres da criação e em especial a nós que estagiamos transitoriamente na terra para esta proposta.

Daí será possível ter a fácil conclusão: O livre arbítrio, associado ao conhecimento, são ferramentas para nossa evolução espiritual.

Fernando Oliveira.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Espiritualismo e Espiritismo


Século XIX, o século das grandes descobertas científicas. Século da criação da locomotiva a vapor, em 1813, por Richard Trevithick. E outras invenções como a Máquina de Costura, em 1830, pelo alfaiate francês Barthélemy Thimmonier; O código morse e o telégrafo, em 1835, por Samuel Morse; O telefone em 1860, pelo Italiano Antonio Meucci. O mesmo século que quase no seu desfecho, em 1879, nos trouxe a descoberta das lâmpadas incandescentes comercializáveis, de Thomas Edson. O século das grandes invenções. 


O mesmo século em que nasceram: Charles Darwin, Santos Dumont, Allan Kardec, Camille Flammarion, Grabriel Delanne, Léon Denis, Ernesto Bozzano, Bezerra de Manezes, Albert Einstein, Sigmund Freud, Eurípedes Barsanulfo e Vianna de Carvalho. Século do surgimento do Espiritismo!






Quando em março de 1848, em Hydesville, vilarejo a oeste do estado de Nova York, numa simples choupana, onde moravam as meninas Kate e Maggie e seus pais John e Margaret Fox, registraram pancadas inexplicáveis que passaram a sacudir a casa da família Fox. Estalidos, movimentos de objetos, pancadas.

Estes ruídos e movimentos passam a ser registrados por todo mundo, vindo assim a despertar a curiosidade do então professor Hippolite Léon Denizard Rivail, o Sr. Allan Kardec. Na época um pouco cético destes fatos, pois atribuíam estes fatos aos espíritos. No entanto o Sr. Rivail tinha a teoria de que isso se referia a força magnética das pessoas que estavam envolvidas com estes fatos, estudioso que era do magnetismo na época. E para tanto precisava pesquisar, avaliar, comprovar, ser convencido que de fato se tratavam de manifestações espirituais.

Começou então as primeiras reuniões como processo investigativo, pois já havia o fato das mesas que giravam. Eram muitas conjecturas, muitos ruídos, precisavam ser desmistificados.

O Sr. Allan Kardec cria um grupo de pessoas que poderiam contribuir com estas verificações, entre eles alguns ditos médiuns, a Sra. Plainemaison e estudiosos como ele dispostos a encarar os rodopios e o movimento das mesas, como objetos de estudo e não como meio de diversão.

Era o ano de 1855, e na casa da Sra. Plainemaison, estavam todos reunidos em volta de uma mesa, mãos espalmadas sobre a madeira, uma prece iniciando a sessão, longo período de silêncio e espera. O Sr. Rivail já ensaiava a ideia de ir embora, quando de repente ouviram estalidos sobre  os tacos e testemunharam o primeiro movimento da mesa.

Meus irmãos esta é apenas uma preleção para entrarmos no tem ao qual nos trás aqui: Espiritualismo e Espiritismo.

Deste conteúdo anteriormente citado há muito a se conhecer, para o qual recomendo aprofundado estudo, no entanto, não podia deixar de mencionar a personalidade de Allan Kardec, estudioso, com características marcantes, onde necessitava da certeza para poder, então, abraçar uma causa tão séria e de tamanha responsabilidade, que é o Espiritismo. E não podia ser outra pessoa. O Sr. Allan Kardec foi devidamente escolhido, por Jesus e a espiritualidade maior para esta missão.

Para se designarem coisas novas são precisos termos novos, assim começa o Livro dos Espíritos, lançado no ano de 1857, por Allan Kardec.

Desta forma, iniciamos nosso estudo esclarecendo que o espiritualismo é o oposto do materialismo. Quem quer que acredite haver em si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista. No entanto, não significa dizer que quem é espiritualista acredita na existência dos espíritos e na possibilidade da comunicação com o invisível.

A doutrina espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou os espiritistas assim afirmou Kardec.

Diante destas definições, podemos afirmar que certamente todas as religiões a principio são espiritualistas, sejam elas: Afro-Brasileiras, Catolicismo, Protestantismo, Budismo, Espiritismo, Mormonismo, Testemunha de Jeová, entre outras.

Este esclarecimento inicial procede, pois muitos, por desconhecimento, afirmam, por exemplo, que as religiões afro-brasileiras, como candomblé, umbanda, etc., são espíritas, fato este que não é verdade. Sem dúvida alguma são espiritualistas. Podem sim acreditar na comunicabilidade dos espíritos e suas diversas formas de manifestações, no entanto o que fundamenta o Espiritismo é o seu tríplice aspecto: religioso, filosófico e científico.

O Espiritismo enquanto ciência vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo.

O caráter filosófico do Espiritismo está, portanto, no estudo que faz do Homem, sobretudo Espírito, seus problemas, sua origem, sua destinação.

O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, ele compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações.

O Espiritismo repousa sobre as bases fundamentais da religião e respeita todas as crenças. O Espiritismo fundamenta-se essencialmente nos ensinamentos de Jesus e seus princípios de amor e caridade como forma de transformação e renovação da humanidade.

O Espiritismo é uma doutrina filosófica de efeitos religiosos, como qualquer filosofia espiritualista, pelo que forçosamente vai ter às bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma e a vida futura. Mas, não é uma religião constituída, visto que não tem culto, nem rito, nem templos e que, entre seus adeptos, nenhum tomou, nem recebeu o título de sacerdote ou de sumo-sacerdote. Assim afirma Allan Kardec, no Livro Obras póstumas, em Ligeira resposta aos detratores do espiritismo.

Assim, de acordo com Allan Kardec, podemos afirmar o tríplice aspecto do Espiritismo como:
a) Científico – concernente às manifestações dos Espíritos; Estudo e comprovação da existência dos espíritos a comunicabilidade com os homens;
b) Filosófico – Diz respeito aos princípios, inclusive morais, em que se assenta a sua doutrina;
c) Religioso – relativo à aplicação desses princípios.

Dentro destes contextos, devemos destacar que a Doutrina Espírita se fundamenta sobre seis princípios básicos:
1 – A certeza da existência de Deus;
2 – A imortalidade da alma;
3 – A pluralidade das existências, ou seja, a reencarnação;
4 – A pluralidade dos mundos habitados;
5 – A comunicabilidade com os espíritos; e
6 – A crença no Evangelho de Jesus.

Diferente das religiões espiritualistas o Espiritismo usa da racionalidade para comprovar a existência dos espíritos, usando como base fundamental Deus, o criador de todas as coisas, soberanamente bom e justo e nos dá como base sólida os ensinamentos de Jesus e sua doutrina de amor. Abre espaço para uma certeza incontestável que a vida é apenas uma passagem necessária para a evolução dos espíritos, que transitoriamente revestidos por um corpo físico, necessitamos aprender suas lições para buscarmos continuamente a nossa transformação moral na trilha da perfeição. O destino de todos nós, Espíritos, é a vida futura. Que hoje é consequência do ontem e que o amanha será consequência do hoje. Que serão por nossas obras que teremos a conquistas dos méritos, não materiais, imperecíveis, a recompensa da paz suprema, da harmonia e de uma felicidade que apenas àqueles que conseguirem ver a luz do Amor Maior, poderemos finalmente ser convidados a sentarmos ao lado do Pai.

Fernando Oliveira - 22/06/2018.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Orai e Vigiai


"Vigiai e orai, para não cairdes em tentação." - Jesus. MATEUS, 26:41

Tratar o tema “Orai e Vigiai” me faz refletir sobre o sentido e a motivação da oração, assim como os benefícios, a forma de orar e por fim termos instrumentos para através dela nos blindarmos do enfraquecimento, das fragilizações que nós espíritos em processo de renovação precisamos ter para manter a vigilância e continuar este processo de transformação tão necessário, realizando a cada dia nosso encontro com Cristo.

Mas como definir a oração?

Segundo o Dicionário Informal da Internet, oração é a aproximação da pessoa a Deus por meio de palavras ou pensamento. Inclui confissão, adoração, comunhão, gratidão, petição pessoal e intercessão pelos outros.

O que o Espiritismo nos trás sobre a oração?

A prece é uma invocação. Ao fazê-la o homem entra em comunicação pelo pensamento com o ser ao qual se dirige; pode ser para pedir, para agradecer ou para glorificar. Podemos orar por nós mesmos, por outras pessoas, pelos vivos ou pelos mortos. As preces dirigidas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução das vontades d'Ele, e as que são dirigidas aos bons Espíritos são igualmente levadas a Deus. Quando oramos para outros seres que não a Deus, é somente na qualidade de intermediários que eles as recebem, pois nada pode se realizar sem a vontade de Deus.” (ESSE-Cap. 27 – Item 9)

Observando esta definição dada para oração no Evangelho Segundo o Espiritismo chegamos à conclusão que inevitavelmente a oração nos faz bem. E isso é esclarecido com a continuação ainda no capítulo 27 que é a seguinte: “Pela prece, o homem atrai para si o auxílio dos bons Espíritos que o vêm sustentar nas suas boas resoluções e lhe inspirar bons pensamentos. Ele adquire assim a força moral necessária para vencer as dificuldades e voltar ao bom caminho, se dele se afastou. Dessa forma, pode desviar de si os males que atrairia devido às suas próprias faltas.”

No entanto, sabemos orar? Como rezamos?

Fomos criados dentro de contextos religiosos que nos indicam que devemos ter guardadas em nossa mente, como forma de proteção, algumas orações, como o “Pai Nosso” e “Ave Maria”, não é? Sem duvida que estas orações são importantíssimas, mas nos damos conta do que elas representam? O que cada palavra ou frase construída nestas orações tem de impacto sobre nossa vida? Responsabilizamos-nos ao rezar, diante de Deus, sobre os compromissos que estas orações nos convocam?

Ai onde está a questão. Veja o que temos no Evangelho:

“A forma não é nada, o pensamento é tudo. Cada um deve orar conforme suas convicções e do modo que mais lhe agrade, e que mais vale um bom pensamento do que muitas palavras que não tocam o coração.” (ESSE-Cap. 28 – Item 1)
Aí está uma grande lição. Nem sempre orações gravas representam nossos sentimentos ou mesmo nossas verdadeira necessidades. É claro que estas necessidades devem suprir essencial as coisas do espírito, pois as coisas da matéria devem ser conquistadas com nosso próprio esforço.

E mais: Quando orardes, não vos assemelheis aos hipócritas que fingem orar, ao ficarem em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos homens.” (ESSE-Cap. 27 – Item 1)

Orar é um ato de contrição onde apresentamos reservadamente para Deus nosso arrependimento, nossas dores, aflições e principalmente nossa gratidão por sua generosidade conosco.

Conforme já dito, a oração nos aproxima de Deus, dos bons espíritos que são os mensageiros da luz. A oração nos dá refrigério, acalma, conforta, fortalece.
Como na oração os bons espíritos, enviados por Deus, vem em nosso socorro, nos inspiram resignação, confiança, fé e nos dão força para continuar nossa caminhada.
A oração leva auxílio àqueles para quem rogamos.

E Deus realmente atende nossas preces? Como?

Primeiro devemos compreender que qualquer oração é abastecida por um componente indispensável que é a FÉ. Sem fé, sem confiança no refrigério que Deus nos oferece, nada tem sentido. Afinal não foi Jesus que afirmou aos doentes que “A tua fé te curou”? Ele afirmava isso acertadamente, pois não poderia fazer nada se àquele que procurava a cura dos seus males não acreditasse que Deus poderia o assistir.
No entanto, Deus espera de nós algo mais, pois se precisamos dele devemos dar como retorno a nossa reforma íntima, o esforço em ser melhor, não fazer o mal para merecer o bem. Jesus também afirmou a mulher adúltera: “Vá e não peques mais”! Deu a ela a responsabilidade de continuar feliz ao contar com o concurso da proteção do Pai, da sua indulgência, mas evidentemente que com uma condição, não pecar.
E tudo isso está inserido num contexto bem simples: “O Merecimento”. Temos que fazer por merecer o bem. Temos que agir com coerência, respeitar as leis Divinas.

E assim entramos no conceito da vigilância. Temos que nos proteger muitas vezes de nós mesmos, pois na maioria das vezes somos nós que nos proporcionamos os desconfortos de nossas vidas, devido as nossas condutas, comportamentos, escolhas, atitudes.

A vigilância é o ato de estar continuamente combatendo nossas imperfeições e buscando através da transformação moral elevar nossos sentimentos e pensamentos para estar em sintonia com Deus e os bons espíritos.

E devemos constantemente realizar nossas mudanças renunciando ao ódio, a inveja, o orgulho, vaidade, desamor, renovando nosso coração com a humildade, a paciência, a fé, a compaixão, o perdão, resignação, amor ao próximo e principalmente a caridade.

Orai e vigiai! Mas fazeis isso consciente que tudo depende exclusivamente de você mesmo, que será o responsável por promover a felicidade na sua vida! Sejamos todos felizes! Façamos brilhar a nossa luz!

Muita paz!

Fernando Oliveira 01.06.2018

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Dádiva da Natureza! Dádiva de Deus!


Cai de uma árvore sobre a terra uma fruta
que rola despretensiosa, sobre o chão,
até encontrar acolhimento em espaço fértil.

Ali fica horas, dias, semanas.

E o vento fez este fruto se cobrir
com os avanços pueris, com a aridez que faz a terra secar
e a fruta vira semente.

De estação em estação,
neste mesmo solo, antes árido,
fez cair sobre ele o sol, a chuva, o vento.

E o fruto fertilizou e se transformou em broto,
que germinou e fez crescer nova árvore,
que cresceu, cresceu.

E de ano em ano, de estação em estação,
fez-se florescer e deu fruto,
fruto doce, que se tornou alimento,
que é vida a abençoar a vida!

Dádiva da natureza!

Dádiva de Deus!

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Pensamento Abstrato

Na divagação do pensamento
Entre um contexto e outro
Me permito viajar
Construindo ideias ou ideais;

Vou além de um conteúdo racional
Me dou conta que nem preciso de lógica
Pois me deixo levar distante ou perto
Sem me preocupar com certo ou errado

E na verdade o que é certo pra mim
Pode ser errado para outro ou vice-versa
É como se imaginasse que o côncavo ou o convexo fosse uma coisa ou outra
É como se o vazio estivesse cheio de alguma coisa

Pensamento abstrato ou puro devaneio?
Talvez sim, talvez não
Pensar é existir 
Existir é por a mente para agir e pensar.

Autor: Fernando Oliveira - 09.01.2018

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Bem-aventurados os que são misericordiosos

No Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 10, temos o aprofundamento deste tema, a misericórdia. Tomo aqui a ousadia de compilar textos deste livro para que possamos refletir sobre o mesmo e avaliamos se somos ou estamos em condição de obter a misericórdia.
Segundo o dicionário da língua portuguesa Misericórdia significa:
      Compaixão e bondade que se manifesta pela miséria alheia; (Dicionário Informal)
      Benevolência, perdão e bondade em uma variedade de contextos éticos, religiosos, sociais e legais. (Wikipédia)
Durante “O Sermão do Monte” Jesus nos dita a lista das bem-aventuranças, visando orientar a multidão que o seguia, sugerindo assim adotá-las como um código de conduta moral. E Eis que afirma:
      Bem-aventurados os que são misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. (Mateus 5:7)
E porque é tão importante ser misericordioso?
A resposta está no próprio evangelho:
Se perdoardes aos homens as faltas que cometem contra vós, vosso Pai celeste também perdoará vossos pecados; mas se não perdoardes aos homens quando vos ofendem, vosso Pai também não perdoará vossos pecados. (Mateus, 6:14 e 15)
A misericórdia é o complemento da doçura; porque aquele que não é misericordioso não será também dócil nem pacífico. Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. (ESE-Cap. 10 – Item 4)
No entanto é necessário seguir um caminho para alcançar a misericórdia a sabe:
1 - Reconciliar-se com seus adversários:
5. Reconciliai-vos o mais cedo possível com vosso adversário, enquanto estiverdes com ele a caminho, para que não suceda que o vosso adversário vos entregue ao juiz e que o juiz vos leve ao ministro da justiça, e que sejais mandado para a prisão. Eu vos digo, em verdade, que não saireis de lá, enquanto não houverdes pago até o último ceitil. (Mateus, 5:25 e 26)
Temos a obrigação moral de tentar aparar as arestas das nossas relações, pois sem isso somos iguais aos que julgamos errar.
2 – Tirar “O argueiro e a trave no olho”:
9. Por que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, vós que não vedes uma trave no vosso? Ou como dizeis ao vosso irmão: Deixai-me tirar um argueiro do vosso olho, vós que tendes uma trave no vosso? Hipócritas, retirai primeiramente a trave de vosso olho, e então vereis como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão. (Mateus, 7:3 a 5)
Temos o hábito de observar a conduta das pessoas, julgar e considerar que o outro erra e que nós somos perfeitos. Este é um ato egocêntrico e que vai muito de encontro a tudo que consideramos certos diante de Deus.
É necessário fazer uma introspecção e mergulhar no autoconhecimento!
3 - Aquele que estiver sem pecado, atire a primeira pedra:
11. Não julgueis, para não serdes julgados; pois sereis julgados conforme houverdes julgado os outros; e aplicar-se-á a vós, na mesma medida, aquilo que aplicastes contra eles. (Mateus, 7:1 e 2)
12. Então os escribas e os fariseus levaram-Lhe uma mulher que havia sido surpreendida em adultério,.....
Lembramos então esta passagem da mulher adultera que foi levada diante de Jesus para julgamento. Como ato de nobreza do Mestre fez àqueles que a levaram refletir sobre suas próprias falhas e desta forma todos que ali estavam foram saindo um-a-um. Foi quando Jesus perguntou a mulher: Onde estão os que te acusavam? E ela responde: Foram todos senhor! E Jesus cheio de amor a diz: Então eu não tenho do que te julgar. Contudo transferiu para a mesma toda responsabilidade sobre seus atos de antes e do futuro afirmando: “Vais e não peques mais.”
4 - O Perdão das Ofensas:
14. Quantas vezes perdoarei ao meu irmão? Deveis perdoar-lhe não sete vezes, mas sim setenta vezes sete vezes. Eis um dos ensinamentos de Jesus que mais deve marcar vossa inteligência e falar mais diretamente ao vosso coração. Comparai estas palavras de misericórdia com a prece tão simples, tão resumida e tão elevada no seu alcance, o Pai-Nosso que Jesus ensinou a seus discípulos, e encontrareis sempre o mesmo pensamento.
O perdão é libertador. Alivia o coração das aflições, das dores, da mágoa, da raiva. Livra-nos das doenças do coração e da alma. Perdoar ao próximo e a si mesmo nos traz o estado de felicidade.
Enfim é preciso “Ser misericordioso para alcançar misericórdia.” E vejo esta tradução com o texto contido no item “O HOMEM DE BEM”:
O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Questiona sua consciência sobre seus próprios atos, perguntará se não violou essa lei, se não fez o mal, se fez todo o bem que podia, se negligenciou  voluntariamente uma ocasião de ser útil, se ninguém tem queixa dele, enfim, se fez aos outros tudo o que gostaria que lhe fizessem. (ESE-Cap. 17, item 3)
E veja o que afirma Rodolfo Calligaris no seu Livro O Sermão da Montanha:
      “Ser misericordioso é compadecer-nos da miséria alheia. Seja da miséria material, nas formas de indigência, do abandono ou da enfermidade, seja da miséria espiritual, caracterizada pelas mil facetas da imperfeição humana.”
Fato indiscutível e de alta relevância, que devemos ter como conduta em nossa vida!
Em resumo o que é ser MISERICORDIOSO?
      Amar ao próximo como a si mesmo;
      Reconciliar-se com o inimigo;
      Praticar o perdão;
      Ser indulgente;
      Fazer o bem sem esperar recompensa;
      Se entender como pecador, tanto quanto os outros, e fazer todo esforço possível para não cometer erros;
Está ai uma pequena lista de atitudes que devemos tomar para realmente sermos misericordiosos.
Para encerrar, nos afirmamos espíritas, mas muitas vezes o argueiro dos olhos, as mágoas de nossos corações, o ódio, o remorso, a inveja, estre outros sentimentos doentios que adotamos em nossas vidas nos impedem de estarmos honrado este sério compromisso de ser espírita e muito mais que isso “SER CRISTÃO”:
“Reconhece-se o verdadeiro espírita por sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar suas más tendências.” (ESE-Cap. 17, item 4).

Desejo de coração que sejamos MISERICORDIOSOS, para que enfim possamos obter a MISERICORDIA!

domingo, 15 de outubro de 2017

Espiritismo, Família Universal




Das batidas à escrita
Da escrita à aparição
Da aparição à incorporação
Da incorporação à revelação

Da dúvida à certeza
Da certeza à esperança
Da esperança à solução
Da solução à consolação

Ele, o Espiritismo,
Surge para esclarecer
Surge para desenvolver
Surge para humanizar

Traz à luz da razão
Porque é ciência, filosofia e religião
Porque Jesus nos prometeu
Que nos deixaria o Consolador

E depois de mais um século e meio de seu surgimento
Esta Doutrina de amor ainda
Enche de calor os corações
D’àqueles que procuram respostas

E ao descobrir a resposta
Percebe então que muito falta
Para, portanto, conhecer
Não apenas no aprofundamento
Das leis morais às leis Divinas

Mas, a si mesmo e todo irmão
Para enfim entender
Que Deus finalmente nos fez
Filhos de uma só Família Universal.

Fernando Oliveira
Mensagem escrita durante ultima palestra do 17º CONECE em 14.10.2017