Vento amigo que zumbe em meu ouvido
Quebra o silêncio no sacudir das árvores
Quebra o som no movimento do mar
Intensidade que em redemoinho
Cria formas da areia inquieta.
Vento amigo leva além meu pedido
Faz os seres da plenitude ouvir minhas dores
Quanto há pra te dizer do amar
Até mesmo dos entretantos dos meus estalidos
Diria, quem sabe, de mim, euforia rouca
Vento amigo, tira a quietude de minha voz
Que não está perdida na foz de minha guela
Que quer gritar para falar, porque não, de mim
Que sabe que do teu ecoar, os grunhidos de meu falar
Ficam mudos na vastidão do teu ensurdecido girar
Vento amigo, tu me renovas
Vento amigo, tu me relaxas
Vento amigo, tu me acalmas
Vento amigo, tu me salvas de mim
Vento amigo, só tu pra me calar.
Fernando Oliveira - 11.10.2016
Fernando Oliveira abordando temas sobre Espiritismo, apresentando reflexões, com humildade e simplicidade, dentro dos preceitos da Doutrina Espírita.
terça-feira, 11 de outubro de 2016
sábado, 1 de outubro de 2016
Espiritismo - Ciência do Amor
Ouso afirmar que a Doutrina espírita, bem antes do inicio de
sua codificação, através do então professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, já
era uma verdade, dado que desde quando há vida, desde a existência do primeiro
ser, os espíritos vem se demonstrando em sua plenitude.
Desta forma, devemos consentir que a Doutrina Espírita, surge
a partir de fatos que geraram questionamentos entre os homens por meados do
século XIX, onde foi observado que diversos objetos se movimentavam. De maneira
geral, chamavam de “mesas girantes” ou “dança das mesas”. Este fenômeno foi
registrado nos estados unidos e logo passou a ser registrado também na Europa.
Ocorre que estes movimentos não eram estáticos, por assim
dizer, muitas vezes era brusco, desordenado; outras vezes o objeto era
violentamente sacudido, derrubado, levado numa direção qualquer e, contrário a
todas as leis da estática, levantado do chão e mantido no espaço.
Em março de 1848, no humilde vilarejo de Hydesville, Estado de Nova
Iorque, surgiram fenômenos mediúnicos que abalaram a opinião pública da época.
Tais fenômenos ocorreram numa tosca cabana, residência da família Fox. Onde ali
moravam as meninas Kate e Magie, de 11 e 14 anos, sendo as médiuns que doavam
fluidos para possibilitar a comunicação do espírito em epígrafe. Os
acontecimentos a partir do primeiro diálogo com o Espírito, em 31 de março de
1848, empolgaram a população do vilarejo, surgindo, em novembro de 1849, as
primeiras demonstrações públicas, com as irmãs Fox.
E na Biografia de Alan Kardec, escrita por Marcel Souto Maior, assim
retrata o efeito das mesas girantes:
“A mesas giravam, saltavam e corriam em tais condições que não
deixavam lugar para qualquer dúvida.”
E complementa: “Entrevi, naquelas aparentes futilidades, no
passatempo que faziam daqueles fenômenos, qualquer coisa de sério, como a
revelação de uma nova lei, que tomei a mim investigar a fundo. Havia um fato
que necessariamente decorria de uma causa.”
Assim surge o pesquisador, que começa a compilar, através de
pesquisas e cartas que passa a receber de todo o mundo fatos que indicasse de
forma séria e comprovada a existência dos espíritos.
Evidentemente que para tanto era necessário aplicar um método, fato
que já adotava desde a época de estudante, pois procurava respostas para o
devido entendimento de todos os fatos.
E foi com fidelidade a princípios sérios para avaliar, questionar e
validar as manifestações dos espíritos naquela época que Allan Kardec
prosseguiu com seu trabalho e assim procedia:
“Melhor rejeitar dez verdades como sendo mentiras do que aceitar uma
única mentira como sendo verdade”.
E esta era sua linha de conduta.
Em 18 de abril de 1857 foi publicada a primeira edição do Livro dos
Espíritos. Com uma saída de 1.500 exemplares esgotando com dois meses após
publicação.
Um livro de perguntas e respostas acerca das manifestações dos
espíritos, os princípios da Doutrina espírita sobre a imortalidade da alma, a
natureza dos espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida
presente, a vida futura. Mas que de forma contundente, traz Deus no centro do
seu conteúdo, que da sua primeira pergunta questiona:
- O que é Deus?
E como resposta recebe:
"Deus é suprema inteligência, causa primeira
de todas as coisas."
E desta forma, um mundo novo, e eterno, se descortinava a cada
página.
E homens reconhecidamente sérios e de muito respeito na sociedade
local contribuíram para realização desta tarefa, como o renomado Benjamin
Franklin, inventor do para-raios, o matemático Emanuel Swendenborg e mais dois
médicos contemporâneos, o alemão Samuel Hahnemann, considerado o pai da
homeopatia, e o cirurgião francês Guillaume Dupuytren.
Nesta época a mediunidade era tida como doença. Assim afirmou o
médico Clever de Maldigny: “É uma epidemia recente vinda da américa. Uma
moléstia mental altamente contagiosa, que fazia vítimas na Alemanha, Inglaterra
e, agora, na França. O mal atacava principalmente as moças sensitivas, mais sujeitas
à ação magnética.” E este diagnóstico foi dado a garota Ermance Dufaux, com 12
anos na época.
E justamente através desta menina, médium, diagnosticada como doente que surge o contato mediúnico de um dos
espíritos que iria contribuir muito com os trabalhos que Allan Kardec estava
desenvolvendo. Surge a comunicação do espírito “São Luis”, o rei Luis IX.
E o Sr. Dufaux, pai da menina Ermance, questiona o espírito São Luis para provar a veracidade
de sua presença, solicitando ditar-lhe algo edificante em moral, no que recebe como resposta:
“Sê tu, amigo, como um rio benfazejo que derrama por onde passa a
fertilidade e a frescura, perdoa a teus inimigos como o salvador que, quase ao
expirar, orou por seus carrascos, dando assim aos homens seu derradeiro exemplo
de bondade (...).”
“Ama teus inferiores na hierarquia social. Não imites os homens
tiranos de seus irmãos, nem os que, por seu exemplo, transviam as almas
humildes e obscuras que lhe cumpre guiar e proteger neste vale de provações
para todos.”
Em julho de 1859 Kardec lança um espécie de cartilha intitulada “O
que é o Espiritismo.”
E assim definia:
“O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma
doutrina filosófica. Como ciência prática, envolve as relações entre nós e os
espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que emanam
dessas relações.”
Em resumo: “O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza,
origem e destino dos espíritos, bem como suas relações com o mundo corporal.”
Daí revela-se o tríplice aspecto da Doutrina Espírita:
Ciência, Filosofia e Religião.
Em 18 de marco de 1860 foi lançada a nova versão do Livro dos
Espíritos, onde os originalmente lançados 501 diálogos se tornaram 1.018
perguntas e respostas, acompanhadas de comentários e notas explicativas
assinadas por Kardec.
Em janeiro de 1861 Kardec lança o Livro dos Médiuns, onde consta o
ensino dos espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os
meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade,
as dificuldades e obstáculos que se pode encontrar na prática do espiritismo.
E num encontro na cidade de Lyon com os seguidores da no doutrina,
Kardec conclama os discípulos a se unirem para enfrentar o sarcasmo, a zombaria
e lança o slogan que até então se torna lema do espiritismo:
“Fora da caridade
não há salvação”.
Não posso deixar de
retratar que todas estas revelações causaram incomodo, em especial a igreja
católica e seus seguidores que passaram a retaliar e inclusive confiscar as
publicações das obras lançada por Kardec e um dos marcos destas atitudes ocorre
na Espanha quando o então Bispo Antônio Palau y Termens impedem a entrada de
300 exemplares legalmente enviados por Kardec ao seu amigo, escritor Mauricio
Lachâtre.
Este fato ficou conhecido como “O auto de fé de Barcelona”, no que
se transformou num marco do espiritismo. Nesta ocasião Kardec até insistiu com
a liberação dos exemplares, ou até mesmo a devolução, no que não teve sucesso,
vindo a ser ateados em fogo, como nos atos deliberados pela igreja que
considerava a necessidade da inquisição.
E abril de 1864 surge o então intitulado “Imitação do Evangelho
Segundo o Espiritismo”, renomeado três anos depois como “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”, que através de mensagens reflexivas sobre passagens bíblicas dos
evangelhos de São Mateus, São Marcos, São Lucas, traz novos contextos e
esclarecimentos sobre a essência da moral cristã e assim mostra o poder do:
“Amai-vos uns aos outros”.
E em setembro de 1865, Kardec anunciou na Revista Espírita o
lançamento do Livro O Céu e o Inferno – ou a justiça divina segundo o
espiritismo. Onde em seu contexto faz menções sobre a passagem da vida corporal
a vida espiritual, as penas e recompensas futuras, os anjos e os demônios, as
penas eternas.
Em janeiro de 1868, começaram a circular na França os exemplares da
obra assinada por Allan Kardec, intitulada por “A Gênese – ou os milagres e
predições segundo o espiritismo”. A ciência é chamada a constituir a gênese
segundo as leis da natureza. Deus prova sua grandeza e seu poder pela
imutabilidade de suas leis, e não pela suspensão. Para Deus, o passado e o
futuro são o presente.
O Espiritismo tem por base as verdade fundamentais de todas
religiões:
- Deus;
- A alma;
- A imortalidade;
- As penas e recompensas futuras.
Vem a
provar a imortalidade da alma, sua individualidade depois da morte, sua
sobrevivência ao corpo.
Tudo isso baseado em princípios morais, compilados em todas as obras
codificadas por Allan Kardec, onde
nos faz
atentar sobre a necessidade:
- Da
caridade;
- Do amor a Deus;
- Do amor aos homens;
- O cumprimento das leis; e
- O reconhecimento da sua justiça Divina.
Da qual, em sã
consciência, nenhum ser encarnado ou desencarnado terá como fugir.
Como na Carta de São Paulo, apóstolo dos gentios, “Fora da Caridade
não há salvação, sem amor a caridade real não acontece, pois ele remete ao
esquecimento de si mesmo em beneficio dos mais necessitados”. O AMOR não é
apenas a essência da Doutrina Espírita, é indubitavelmente a essência da VIDA.
E para encerrar deixo o texto seguinte:
Trecho do poema “À Villequier” de Victor Hugo, escrito em 1854:
“Eu digo que o túmulo que sobre os mortos se fecha
Abre o firmamento
E que aquilo que embaixo acreditamos ser o fim
É o começo.”
Fernando Oliveira – 29.09.2016.
domingo, 21 de agosto de 2016
Ação e Reação
Todos nós temos conhecimento da Lei de Newton que diz que “toda
força que um corpo recebe é consequente na força que o outro aplicou”, ou seja,
para toda interação, na forma de força, que um corpo A aplica sobre um corpo B,
dele A irá receber uma força de mesma direção, intensidade e sentido oposto, o
que nada mais é que toda ação remete a necessidade de uma reação imediata.
Em se falando da vida, em se falando do homem e em se falando
de Deus, como seriam avaliadas e dimensionadas a “Reações” consequentes de “Ações”
por cada ser provocadas? Como entender estas situações?
No Livro A Vida Escreve, texto “O
Merecimento”, Conta o espírito Hilário Silva, através do médium Chico Xavier,
uma situação que envolve o personagem Saturnino Pereira. Pessoa caridosa, amigo
de todos no trabalho, sempre servil. Mas o destino o envolve num acidente no
local de trabalho que surpreende todos, pois o generoso amigo não merecia;
Neste acidente Saturnino perdeu um polegar, mesmo com todo o
braço ferido que ficara bom com o tempo.
Saturnino, espírita, depois do acidente, vai ao centro
espírita que frequenta para reunião habitual, quando tem a seguinte informação
do orientador espiritual:
“Quando você se preparava para a
excursão no berço terrestre, programou experiências no caminho do reajuste,
porém formulou uma sentença contra você; Há oitenta anos, era você poderoso
sitiante no litoral brasileiro e, certo
dia, porque pobre empregado enfermo não lhe pudesse obedecer às determinações,
obrigou-o a triturar o braço direito no engenho rústico”.
Por muito tempo, no plano espiritual, você andou perturbado,
contemplando mentalmente o caldo de cana enrubescido pelo sangue da vítima,
cujos gritos lhe ecoavam no coração. E você implorou existência humilde em que
viesse a perder no trabalho o braço mais útil. Mas você, desde a primeira
mocidade, ao conhecer a Doutrina Espírita, tem os pés no caminho do bem aos
outros. Vem trabalhando, se esmerando no dever, lutando. E o plantio disso só
pode ser avaliado em definitivo por ocasião da colheita. Sei, porém que hoje,
por débito legítimo, alijaria todo o braço, mas perdeu só um dedo...
Regozije-se meu amigo!
Veja como é serio o Juiz, chamado consciência. Saturnino não
se perdoou, não aceitou o fato de ter sido mal para com seu próximo e pediu a
expiação similar ao ato cometido, visto que pediu à misericórdia Divina a
oportunidade de saldar em vida seguinte as dívidas de atitudes impensadas no
mesmo padrão do ato cometido. Evidentemente que ficamos questionando tais
atos...
E diante deste fato, até para que pensemos de forma maior,
trago a seguinte descrição bíblica:
“Em Romanos 2 temos: Tu, ó homem, que julgas os que praticam
tais coisas, mas as cometes também, pensas que escaparás ao juízo de Deus? Mas
pela tua obstinação e coração impenitente, vais acumulando ira contra ti, para
o dia da cólera e da revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um
segundo sua obra.”
Não estamos isentos do jugo de Deus, mas muito antes do jugo
do Pai temos o jugo de nossa própria consciência que irá nos acusar e muito dos
erros cometidos.
E assim sendo Kardec nos traz orientações preciosas no Livro
Céu e o Inferno, a seguir:
Capítulo XII – Código Penal da Vida Futura...
A felicidade é inerente à perfeição; O bem e o mal que
fazemos resultam das qualidades que possuímos;
Sendo infinita a justiça de Deus, o bem e o mal são
rigorosamente considerados, não havendo uma só ação, um só pensamento que não
tenha consequências fatais, como não há única ação meritória, um só bom impulso
da alma que se perca, mesmo para os mais perversos;
Visto que tais ações constituem um começo de progresso; Toda
falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga:
se não for em uma existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes;
Isto comprova o olhar de Deus sobre todos nós, encarnados e
desencarnados, mas muito mais que um olhar de um Pai justo, percebemos a sua
compaixão.
E para enriquecer nossas reflexões sobre o assunto, trago
outro relato:
No Livro Ação e Reação do Escritor Espiritual André Luiz –
Médium Chico Xavier, temos a história do paciente “Antônio Olímpio”, diz que por conta da ambição e na intenção
de tomar posse de toda herança da família, elabora um plano criminoso para
acabar com a vida de seus dois irmãos, Clarindo e Leonel. Convida-os para um
passeio de barco, no lago do sítio da família, oferece-lhes um licor, já
adicionado a um entorpecente, e dado momento quando percebeu a embriaguez de
seus irmãos, fez o barco tombar, deixando-os morrer afogados. Saiu do lago e
simulou aos gritos o acidente, herdando assim toda fortuna da família, passando
a ser propriedade sua, de seu filho e mulher, que nada sabiam;
Ironia ou não do destino, que sabemos não há acaso, depois de
anos passados, sua mulher foi acometida de grave doença, vindo a ficar louca e
no mesmo lago do sinistro narrado afoga-se; A tristeza toma conta dele e com o
remorso a acusá-lo sem esquecer o crime cometido, perde as forças e veio a
desencarnar. Para sua surpresa, ao cerrar os olhos, seus irmãos que supunha
mortos, surgem como vingadores, atirando-lhe o crime na cara, flagelando-o sem
compaixão, conduzindo-o a tenebrosa turba, que permaneceu por muito tempo. Na
sua consciência, em espírito, a culpa manteve-se, mesmo após o socorro para o
hospital espiritual, onde afirmava: “Ai de mim... Estou preso a terrível
embarcação...Quem me fará dormir ou morrer?"
Esta ultima frase do espírito Antônio Olímpio demonstra como
é severa a nossa consciência. O peso da culpa nos persegue quando nossos erros
nos acusam incessantemente.
E diante deste contexto, ficamos nos questionando: Como pode
um irmão, por ambição, egoísmo, acabar com a vida de seus dois irmãos?! Que coisa
horrível! Diríamos.
Não podemos deixar de considerar que como nós, Antônio Olímpio
era um espírito encarnado revestido pelas mazelas que a matéria nos impõe como,
por exemplo, o desejo exacerbado pelo poder, algo que nos cega e não nos permite
perceber com clareza nossos erros, como neste caso.
E claro Kardec nos faz refletir trazendo no Livro O Evangelho
Segundo o Espiritismo, o seguinte:
Capítulo XVIII, item 16, temos: Procurai os verdadeiros
cristãos e vós os reconhecereis por suas obras. “Uma arvore boa não pode
produzir maus frutos, nem uma arvore má produzir bons frutos”. Toda árvore que
não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo. Pois há muitos chamados e
poucos escolhidos.
Este texto remete a Parábola da Figueira seca, que tão bem
conhecemos, mas muito mais que uma figueira, Jesus claramente se referia a nós
que secamos nossos corações quando o encolerizamos com sentimentos que nos
fazem muito mal como ódio, rancor, inveja, ambição. Precisamos aprender a
equilibrar nossos sentimentos e desta forma nos aproximar da condição divina
que Deus nos criou em espírito, visando a felicidade futura.
E mais uma vez no Livro o Céu e o Inferno, trago:
1 – O sofrimento é inerente à imperfeição;
2 – Toda imperfeição, assim como toda falta que dela resulta,
traz consigo o próprio castigo em suas consequências naturais e inevitáveis.
Assim a doença decorre dos excessos e o tédio da ociosidade, sem que haja
necessidade de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo;
3 – Como todo homem pode libertar-se das imperfeições, desde
que o queira, pode igualmente anular os males consequentes e assegurar a sua
felicidade futura.
Toda esta reflexão é muito importante visando o nosso
equilíbrio, sem deixar de levar em consideração que devemos nos melhorar é
nessa existência, haja vista que devemos nos assenhorar de tudo que somo
capazes de fazer e reconhecer nossas fraquezas. Uma vez tomando conhecimento de
tudo que somos capazes podemos, desta forma, evitar tomadas de decisões que
podem comprometer toda uma vida onde para ela traçamos planos de felicidade e
esta é a meta que devemos perseguir.
E para encerrar trago duas mensagens que nos fará buscar a
plena paz:
“Perdoai as ofensas, se quereis ser perdoados; fazei o bem em
troca do mal; não façais o que não quereis que vos façam.”
“A cada um segundo as suas obras, No Céu como na terra: Tal é
a Lei da Justiça Divina.”
Fernando Oliveira.
domingo, 17 de abril de 2016
Mediunidade
Fui convidado por uma casa amiga
para palestrar sobre este tema: Mediunidade.
Temos nesta existência uma oportunidade de renovação e sublimação, e que o conhecimento e uso adequado da mediunidade oferecer-nos-á oportunidade de redenção e sublimação.
Temos nesta existência uma oportunidade de renovação e sublimação, e que o conhecimento e uso adequado da mediunidade oferecer-nos-á oportunidade de redenção e sublimação.
Evidentemente, que para tanto não
posso deixar de me abastecer da literatura espírita, rica em conteúdo sobre
este assunto. Começo com o nobre codificador, Allan Kardec, no Livro dos
Médiuns, que nos esclarece: 159. Toda pessoa que sente, em um grau qualquer, a influência dos
Espíritos, por isso mesmo, é médium. Ainda acrescenta: Esta faculdade é
inerente ao homem e, por consequência, não é privilégio exclusivo; também são
poucos nos quais não se encontrem alguns rudimentos dela.
Pode-se, pois, dizer
que de alguma forma a grande maioria das pessoas é, mais ou menos, médium.
Parece muito contundente a
afirmação de Kardec deixando claro que todo mundo seja, mais ou menos médium.
Mas esta afirmativa, se observarmos alguns indicativos, podemos entender os
motivos que o levam a assumir este conceito.
Quem já não teve um pressentimento? Quem nunca viu alguém que teve a impressão de já conhecer? E mais, não viveu situações que pensou já ter vivido em outro momento. Na linguagem popular estes fatos já foram classificados com Déjà Vu, mas à luz do espiritismo estes são rudimentos de mediunidade, que podem estar relacionados ao que conhecemos como intuição ou lembranças de seres ou fatos que realmente já foram traçados para vivenciar, na vida presente ou rudimentos de vidas passadas, traço das vidas sucessivas, necessárias para nosso amadurecimento e importantíssimas para a evolução intelecto-moral.
Quem já não teve um pressentimento? Quem nunca viu alguém que teve a impressão de já conhecer? E mais, não viveu situações que pensou já ter vivido em outro momento. Na linguagem popular estes fatos já foram classificados com Déjà Vu, mas à luz do espiritismo estes são rudimentos de mediunidade, que podem estar relacionados ao que conhecemos como intuição ou lembranças de seres ou fatos que realmente já foram traçados para vivenciar, na vida presente ou rudimentos de vidas passadas, traço das vidas sucessivas, necessárias para nosso amadurecimento e importantíssimas para a evolução intelecto-moral.
José Herculano Pires, no Livro
Mediunidade, a define da seguinte forma: “Médium quer dizer medianeiro,
intermediário. Mediunidade é a faculdade humana, natural, pela qual se
estabelecem as relações entre homens e espíritos. Não é um poder oculto que se
possa desenvolver através de práticas rituais ou pelo poder misterioso de um
iniciado ou de um guru. A mediunidade pertence ao campo da comunicação.
Desenvolve-se naturalmente nas pessoas
de maior sensibilidade para a captação mental e sensorial de coisas e fatos do
mundo espiritual que nos cerca e nos afeta com as suas vibrações psíquicas e
afetivas.”
Neste conceito vale destacar o
alerta do escritor quando se preocupa com o fato da mediunidade ser utilizada
de forma inadequada, quando diz: “Não é um poder oculto que se possa
desenvolver através de práticas rituais ou pelo poder misterioso de um iniciado
ou de um guru.”
Mediunidade é coisa séria, um dom
concedido por Deus para que os revestidos por essa oportunidade devem honrar o
compromisso assumido de contribuir com a evolução da humanidade e ajudar irmãos
encarnados e desencarnados, dando amparo, compaixão, orientação e amor.
Edgard Armond, no livro Mediunidade, afirma que a mediunidade pode ser NATURAL ou de PROVA, onde explica: "À medida que se evolui e se moraliza, o indivíduo adquire faculdades psiquicas e aumenta, consequentemente, sua percepção espiritual. A isso denominamos MEDIUNIDADE NATURAL. A muitos, entretanto, ainda que atrasados em sua evolução e moralmente incapazes, são concedidas faculdades psíquicas como graça. Não as conquistaram, mas receberam-nas de empréstimo, por antecipação, numa posse precária, que fica dependendo do modo como forem utilizadas, da forma pela qual o indivíduo cumprir a tarefa cujo compromisso assumiu, nos planos espirituais, ao recebê-la. A isso denominamos MEDIUNIDADE DE PROVA".
Edgard Armond, no livro Mediunidade, afirma que a mediunidade pode ser NATURAL ou de PROVA, onde explica: "À medida que se evolui e se moraliza, o indivíduo adquire faculdades psiquicas e aumenta, consequentemente, sua percepção espiritual. A isso denominamos MEDIUNIDADE NATURAL. A muitos, entretanto, ainda que atrasados em sua evolução e moralmente incapazes, são concedidas faculdades psíquicas como graça. Não as conquistaram, mas receberam-nas de empréstimo, por antecipação, numa posse precária, que fica dependendo do modo como forem utilizadas, da forma pela qual o indivíduo cumprir a tarefa cujo compromisso assumiu, nos planos espirituais, ao recebê-la. A isso denominamos MEDIUNIDADE DE PROVA".
A Mediunidade pode se manifestar de
várias formas. Kardec classifica as diversas formas sensoriais, apresentadas
pelos médiuns, a saber:
Médiuns de efeitos físicos, Médiuns
sensitivos, Médiuns audientes, Médiuns falantes, Médiuns videntes, Médiuns
sonâmbulos, Médiuns curadores e Médiuns pneumatógrafos.
Os médiuns de efeitos físicos são
mais especialmente aptos a produzirem fenômenos materiais, tais como movimentos
dos corpos inertes, os ruídos, etc.
Os médiuns sensitivos são pessoas
suscetíveis de sentirem a presença dos espíritos por uma vaga impressão, uma
espécie de roçadura sobre todos os membros, da qual não podem se dar conta.
Nesta classificação de médiuns sensitivos Kardec chega define também como
impressionáveis e assim destaca: todos os médiuns são necessariamente
impressionáveis e a impressionabilidade, assim, é antes uma qualidade geral do
que especial, é a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de
todas as outras.
Os médiuns audientes são os que
ouvem a voz dos espíritos. E destaca: como dissemos, falando da pneumatofonia,
algumas vezes é uma voz íntima que se faz ouvir no foro interior; de outras
vezes é uma voz exterior, clara e distinta como a de uma pessoa viva.
Médiuns falantes são os que os
espíritos atuam sobre os órgãos da palavra, como atua sobre a mão dos médiuns
escreventes. O espírito, querendo se comunicar, serve-se do órgão no encontra
mais flexibilidade no médium. Destaca que a passividade de um médium falante
não é sempre bastante completa; há os que a intuição do que dizem no próprio
momento em que pronunciam as palavras.
Os médiuns videntes são dotados da
faculdade de ver os espíritos. Há os que gozam dessa faculdade no estado
normal, quando estão perfeitamente despertos, e dela conservam uma lembrança
exata; outros não têm senão no estado sonambúlico ou próximo do sonambulismo. O
codificador nos alivia informando que esta faculdade raramente é permanente e
é, quase sempre, o efeito de uma crise momentânea e passageira.
Quanto aos médiuns sonambúlicos,
afirma que o sonambulismo pode ser considerado como uma variedade da faculdade
medianímica, ou melhor dizendo, são duas ordens de fenômenos que, com muita
frequência, se encontram reunidas. O sonâmbulo atua sob a influência de seu
próprio espírito; é sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e
percebe fora dos limites dos sentidos; o que ele exprime, haure em si mesmo;
suas ideias são, em geral, mais justas do que no estado normal, seus
conhecimentos mais extensos, porque sua alma é livre.
Sobre médiuns curadores, Kardec
alerta ser um tema que exige maior aprofundamento no assunto, mas explica que
esse gênero de mediunidade consiste principalmente no dom que certas pessoas
têm de curar pelo simples toque, pelo olhar, por um gesto mesmo, sem o socorro
de nenhuma medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso não é outra coisa do que o
magnetismo.
Aos médiuns pneumatógrafos, dá-se
esse nome aos que são aptos a obterem a escrita direta, o que não é dado a
todos os médiuns escreventes. Esta faculdade, afirma Kardec, até o presente é
muito rara; se desenvolve provavelmente pelo exercício.
Entre tantas faculdades mediúnicas,
temos também que destacar, que na via do seu desenvolvimento e de sua
demonstração, a mediunidade pode ser mecânica, intuitiva, semi-mecânica,
inspirada ou involuntária e de pressentimento, que podem se apresentar através
da psicografia ou psicofonia.
A mediunidade mecânica ocorre
quando o médium não tem a menor consciência do que escreve ou comunica; a
inconsciência absoluta, neste caso constitui o que se chamam os médiuns
passivos ou mecânicos.
A mediunidade intuitiva ocorre
através do pensamento. O espírito neste caso não atua sobre a mão para fazê-la
escrever, não a toma, não a guia; ele age sobre a alma, com a qual se
identifica. Nesta circunstância, o papel da alma não é absolutamente passivo,
pois é ela que recebe o pensamento do espírito e que o transmite. Nesta
situação, o médium tem a consciência daquilo que escreve, embora não seja seu
próprio pensamento.
O Médium semi-mecânico participa
dos gêneros de mediunidade mecânica e intuitiva; sente uma impulsão dada à sua
mão, malgrado seu, mas, ao mesmo tempo, tem a consciência do que escreve, à
medida que as palavras se formam.
Toda pessoa que recebe, seja no
estado normal, seja no estado de êxtase, pelo pensamento, comunicações
estranhas às suas ideias preconcebidas, pode ser incluído na categoria dos
médiuns inspirados, que é uma variedade da mediunidade intuitiva.
Quanto à mediunidade de
pressentimento, destaca que é uma intuição vaga das coisas futuras. Certas
pessoas têm essa faculdade mais ou menos desenvolvida; podem devê-la a uma
espécie de segunda vista que lhes permite entreverem as consequências das
coisas presentes e a filiação dos acontecimentos.
Hermínio C. Miranda, nos alerta no
livro Diálogo com as Sombras que a mediunidade, longe de ser a marca da nossa
grandeza espiritual, é, ao contrário, o indício de renitentes imperfeições.
Representa, por certo, uma faculdade, uma capacidade concedida pelos poderes
que nos assistem, mas não no sentido humano, como se o médium fosse colocado à
parte e acima dos vis mortais, como seres de eleição. É, antes, um ônus, um
risco, um instrumento com o qual o médium pode trabalhar, semear e plantar,
para colher mais tarde, ou ferir mais uma vez, com a má utilização dos talentos
sobre os quais nos falam os evangelhos. O médium foi realmente distinguido com
o recurso da mediunidade, para produzir mais, para apressar ou abreviar o
resgate de suas faltas passadas. Não se trata de um ser aureolado pelo dom
divino, mas depositário deste dom, que lhe é concedido em confiança, para uso
adequado. Enfim: o médium utiliza-se de uma aptidão que não faz dele um
privilegiado, no sentido de colocá-lo, na escala dos valores, acima dos seus
companheiros desprovidos dessas faculdades.
Ainda no Livro dos Médiuns,
Capítulo XVII, item 220, Kardec traz um alerta quando questiona aos espíritos:
Qual a causa do abandono do médium pelos espíritos? Onde os espíritos respondem:
“O uso que ele faz da sua faculdade é o que mais influi sobre os bons
espíritos. Podemos abandoná-lo quando dela se serve para coisas frívolas ou com
objetivos ambiciosos; quando se recusa a transmitir nossa palavra ou nossos
fatos aos encarnados que os pedem ou que têm necessidade de ver para se
convencerem. Esse dom de Deus não é dado ao médium para que se divirta, e ainda
menos para servir à sua ambição, mas para seu próprio melhoramento e para fazer
conhecer a verdade aos homens. Se o espírito vê que o médium não responde mais
aos seus objetivos e não aproveita as instruções e as advertências que lhe dá,
se retira para procurar um protegido mais digno.”
Todavia, sabemos que a perfeição não
é inerente ao homem, em especialmente nós que habitamos no planeta terra,
classificado pelos espíritos como orbe em processo de “expiação e prova”. Mas
não podemos deixar de relatar que a busca contínua pela perfeição através do
esforço e aprimoramento das virtudes garantiremos a aproximação dos bons
espíritos, bem como ações que nos proporcionem o bem e a felicidade
tão necessários para harmonia e bem-estar.
Deste fato, no Capítulo XX do Livro
dos Médiuns, Kardec mais uma vez questiona aos espíritos: Qual seria o médium
que poderia chamar de perfeito? No que recebe a seguinte resposta: “Perfeito,
ah! Bem sabeis que a perfeição não está sobre a Terra, de outro modo que não
estaríeis nela; dizei, pois, bom médium, e isso já é muito, porque são muito
raros. O médium perfeito seria aquele ao qual os maus espíritos não tivessem
jamais ousado fazer uma tentativa para enganá-lo; o melhor é aquele que, não
simpatizando senão com os bons espíritos, foi enganado o menos frequentemente.”
E segue no item 227 afirmando: Se o
médium, do ponto de vista da execução, não é senão um instrumento exerce sob o
aspecto moral uma influência muito grande. Uma vez que, para se comunicar, o
Espírito estanho se identifica com o espírito do médium, essa identificação não
pode ocorrer senão quando há sobre o espírito estranho uma espécie de atração
ou de repulsão, segundo o grau de sua semelhança ou dessemelhança; ora, os bons
tem afinidade com os bons, e os maus com os maus; de onde se segue que as
qualidades morais do médium têm uma influência capital sobre a natureza dos
espíritos que se comunicam por seu intermédio.
Orienta a conselheira espiritual
Joanna de Ângelis, no Livro Momentos de Consciência:
A existência humana é um constante desafio.
Todo desafio propõe esforço para a luta.
Quando o ser recua num tentame, eis que perde a oportunidade de afirmar
os seus valores, a prejuízo do crescimento pessoal.
Cabe-lhe, portanto, logicar para agir, medir as possibilidades e
produzir, trabalhando pelo aprimoramento interior, que responde pela harmonia
psicofísica do seu processo evolutivo.
Desse modo, a superação dos conflitos se dará mediante o esforço ingente
oferecido pelo ser em evolução que se deixe plenificar.
Das muitas orientações dos amigos espirituais, desde a codificação de Allan Kardec, a livros complementares como os de Léon Denis, Emannuel, Joanna de Ângelis, J. Herculano Pires, Hermínio C. Miranda e Edgard Armond, destaco a grande necessidade da “Reforma Intima” como parceira para facilitar a aproximação deles, os espíritos amigos, e essencialmente do nosso anjo da guarda, para nos ajudar a cumprir a missão que assumimos perante Deus e velar por nós. No processo de reforma íntima, já aprendemos que fazendo as escolhas pelo bem, sendo humilde, perdoando, amando, fazendo caridade, criamos alicerces para a felicidade neste processo de transformação e aprendizado, e desta forma, poderemos ser aureolados com a proteção destes entes do amor e da bondade.
Para encerrar destaco Léon Denis,
no Ultimo capítulo do Livro no Invisível, o seguinte ensinamento:
“Um imenso trabalho em tal sentido
se realiza atualmente; uma obra considerável se elabora. O estudo aprofundado e
constante do mundo invisível, que o é também das causas, será o grande
manancial, o reservatório inesgotável em que se há de alimentar o pensamento e
a vida. A mediunidade é a sua chave. Por esse estudo chegará o homem à
verdadeira ciência e à verdadeira crença que não excluem mutuamente, mas que se
unem para fecundar-se; por ele também uma comunhão mais íntima se estabelecerá
entre vivos e os mortos, e socorros mais abundantes fluirão dos Espaços até
nós. O homem de amanhã saberá compreender e abençoar a vida; cessará de recear
a morte. Há de, por seus esforços, realizar na Terra o Reino de Deus, isto é,
de PAZ e de JUSTIÇA, e chegado ao termo da viagem, sua derradeira noite será
luminosa e calma como o ocaso das constelações à hora em que os primeiros
albores matinais se espraiam no horizonte.”
Que a graça de DEUS, nosso pai, nos
conceda a condição de médiuns servis e prontos para o serviço redivivo, tendo
como ferramenta de trabalho o amor incondicional, em nos aproximando deles,
traduzindo suas mensagens, dos irmãos da esfera imaterial, do além vida.
“LUZ DA CARIDADE A NOS GUIAR A
PLENITUDE DA VIDA QUE NÃO CESSA APENAS COM O CERRAR DOS OLHOS DA MATÉRIA E
CONTINUA COM A REVELAÇÃO DE QUE SOMOS ESPÍRITOS ETERNOS, TRANSITORIAMENTE
REVESTIDOS POR UMA VESTIMENTA QUE NOS SERVE COMO INSTRUMENTO PARA O APRENDIZADO
E PARA O APRIMORAMENTO NO CAMINHO PARA DA FELICIDADE SUPREMA.”
Fernando Oliveira – 17.04.2016.
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