terça-feira, 17 de julho de 2012

Necessidade da Caridade segundo São Paulo



Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade, serei como o bronze que soa e um címbalo que retine; – ainda quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios, e tivesse perfeita ciência de todas as coisas; ainda quando tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. – E, quando houvesse distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria.
A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é temerária, nem precipitada; não se enche de orgulho; – não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se agasta, nem se azeda com coisa alguma; não suspeita mal; não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. 
Agora, estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem; mas, dentre elas, a mais excelente é a caridade (S. PAULO, 1ª Epístola aos Coríntios, 13:1 a 7 e 13.)
Meus irmãos o próprio Paulo de Tarso nos diz em outro texto do evangelho segundo o Espiritismo que “fora da Caridade não há salvação”. Diz ainda: sereis reconhecidos pelo perfume da caridade que espalhas em torno de ti.

Sendo a caridade paciente, benfazeja. Não sendo invejosa, nem desdenhosa e não fazendo sentir-se orgulho, a caridade é a máxima expressão dos bons sentimentos e faz o ser brilhar como um sol que espanta a escuridão da noite da vida de quem mais precisa de ajuda.

Neste texto do Apóstolo dos Gentios, ele faz uma alusão com a expressão “címbalo que retine” que seria o mesmo que dizer: apenas faria um grande barulho e nada mais que isso. Com isso estaria o irmão nos dando a conhecer que fazer caridade é a prática constante do bem. E que fé sem ação não é fé, é apenas uma crença inútil.

A caridade pode ser expressa de outra forma, diz outro espírito, a Irmã Rosália. Através do amor ao próximo. Que não se pode imaginar o efeito que a verdadeira caridade, àquela que feita sem nada desejar em troca, pode trazer ao espírito que a pratica com grandes benefícios e felicidade plena.

Eu lhes afirmo que a caridade torna-se um divisor de águas na vida do espírito que se propõe a praticá-la. É como na Parábola do Grande Banquete, onde Jesus nos afirma que ao darmos um festim convidemos os estropiados, os pobres, aleijados, mancos e cegos. Pois assim estaremos abrindo um espaço para desfrutarmos da felicidade do reino dos Céus. Que ao apresentarmos ao senhor, Ele mesmo nos convide a sentarmos do seu lado direito na condição de servos do bem.

Podemos sim praticar a caridade não só material como espiritualmente. Podemos fazer a caridade através de uma simples prece em rogativa por alguém que esteja passando por uma aflição. Fazê-la dando nossos ouvidos a escutar o sofrimento alheio, oferecendo um conselho sem julgamentos, e também dando um pão para matar a fome de quem está em carência material.

A Caridade é “benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas”. Ter benevolência é praticar o bem com boa vontade, ser indulgente é ser tolerante, ter clemência e perdoar é uma necessidade própria do espírito para libertar-se dos males que lhe assolam.

A Caridade poderia ser confundida assim com a palavra Amor. Pois o próprio Jesus assim o dizia: “Amai ao próximo como a si mesmo”. Fazer caridade é praticar o bem, mesmo que este bem jamais seja reconhecido. Diz Allan Kardec, no Livro Obras Póstumas, que assim entende a caridade Cristã: “Compreendo uma religião que nos prescreve retribuamos o mal com o bem e, com mais forte razão, que retribuamos o bem com o bem. Nunca, entretanto, compreenderia a que nos prescrevesse que paguemos o mal com o mal.”

A Caridade é a ação do bem contra o mal. Pois sendo os oponentes do bem, malfeitores que inviabilizam a ação dos corações bons, estes se sentem tocados com a verdade que emana do coração que a pratica ao ponto de ser beneficiado e assim se tornado um parceiro da ação benfazeja.

Em todas as instâncias praticar a caridade faz feliz o coração de quem a pratica onde este se torna fonte de luz a invadir as trevas do preconceito, da maldade, do desamor, da arrogância, do ódio, do orgulho e do egoísmo. É a humildade, a benevolência suplantando todos os sentimentos contrários a caridade, vencendo as barreiras do sofrimento e da dor.

Digo-vos irmãos que a pratica da caridade é necessária como uma ação contínua a transformar os corações tanto de quem a pratica como também de quem dela se beneficia.

Poderíamos elencar uma grande lista de benfeitores que se dedicaram a prática da caridade, mas aqui abro um espaço especial para “VOCÊ” o agente do bem que trabalha em prol dos necessitados. Que neste contexto você encontre suas ações, sua bondade, seu amor incondicional, seu respeito, sua humildade. Que em cada tempo disponível, onde você poderia estar desfrutando do descanso merecido, está você trabalhando voluntariamente para diminuir o sofrimento, a solidão, a tristeza e o preconceito alheio. Que sem se preocupar com o que possam pensar sobre suas ações, demandas todas as suas forças para trazer a alegria, a paz, o bem estar ao próximo. Que tiras a fome da barriga vazia que passa dias sem alimento, que limpa a ferida daquele que está macerado. Que está a serviço da verdadeira Caridade.

Que Deus, nosso Pai, nos abençoe por toda a caridade que praticarmos pelo próximo!

Fernando Oliveira

Nenhum comentário:

Postar um comentário