terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Influências Espirituais e suas consequências

Começo Trazendo o Livro dos espíritos, Capítulo 9, com a questão 459, onde temos o seguinte: 
Os Espíritos influem sobre nossos pensamentos e ações?
R – A esse respeito, sua influência é maior do que podeis imaginar. Muitas vezes são eles que vos dirigem.
Esta resposta nos remete a reflexão clara de que nunca estamos sóis e, por conseguinte, fica margem para outra questão: que tipo de companhia espiritual gostaríamos de ter?
E eis então a obsessão.
Allan Kardec define obsessão como “o domínio que alguns Espíritos podem exercer sobre certas pessoas” – Livro dos Médiuns, Capítulo 23.
Complementa informando que a Obsessão pode ser “Simples”, “Fascinação” ou “Subjugação”. Que trataremos mais adiante.
Todavia, o que nos faz sofrer a influência dos espíritos?
Devemos ter em mente que as influências espirituais têm diversos motivos, não apenas no âmbito da obsessão.
Temos que considerar a necessidade, fator essencial para o homem, da proteção daqueles que retornaram à pátria espiritual e assumiram diante do Pai o papel de amigo e conselheiro espiritual, como nossos Anjos Guardiões, Mentores Espirituais e até mesmo os nossos familiares que já entenderam os mecanismos de sublimação e estão além na escala de evolução moral.
São nossas ações que vão definir que tipos de companhias espirituais poderemos nos associar.
E é justamente pelo fato de não analisarmos adequadamente nossas decisões, que muitos espíritos encontram sintonia conosco e sentem-se em condição, de várias formas, nos conduzirem aos caminhos tortuosos do desequilíbrio, configurando assim o que é classificado como obsessão.
Manoel Philomeno de Miranda no Livro “Nos bastidores da obsessão”, no capítulo Examinando a Obsessão, afirma o seguinte:
“A obsessão, sob qualquer modalidade que se apresente, é enfermidade de longo curso, exigindo terapia especializada de segura aplicação e de resultados que não se fazem sentir apressadamente”.
O amigo espiritual, através da mediunidade de Divaldo Franco, nos traz um alerta sobre o fato que, mesmo que estejamos dispostos a realizar as mudanças indispensáveis ao equilíbrio, nenhuma ação obterá resultados imediatos tendo em vista que podemos estar compartilhando destes hábitos há muito tempo, e isto soma-se à nossa consciência e, certamente, ainda iludidos com os equívocos de nossos julgamentos, não consideramos, portanto, como algo importante a ser modificado.
E o escritor espiritual complementa: “Os tratamentos da obsessão, por conseguinte, são complexos, impondo alta dose de renúncia e abnegação àqueles que se oferecem e se dedicam a tal mister.”
Suely Caldas Schubert, no Livro “Obsessão e Desobsessão”, no capítulo sobre “As influenciações Espirituais”, afirma o seguinte:
“Assim, vamos encontrar desde a atuação benéfica de Benfeitores e amigos Espirituais, que buscam encaminhar-nos para o bem, até os familiares que, vencendo o túmulo, desejam prosseguir gerindo os membros de seu clã familial, seja com bons ou maus intentos, bem como aqueles outros a quem prejudicamos com atos de maior ou menor gravidade, nesta ou em anteriores reencarnações, e que nos procuram, no tempo e no espaço, para cobrar a dívida que contraímos.”
Lembra ainda, Suely Caldas, no capítulo seguinte, que “Uma simples vibração do nosso ser, a um pensamento emitido, por mais secreto nos pareça, evidenciamos de imediato a faixa vibratória em que nos situamos, que terá pronta repercussão naqueles que estão na mesma frequência vibracional. Assim, atrairemos aqueles que comungam conosco e que se identificam com a qualidade de nossa emissão mental.”
E este comentário me fez lembrar o ditado popular: “Me diga com quem andas que te direi quem tu és.”
Mesmo sendo um tanto conclusivo, sobre o texto que remete a uma séria avaliação, mesmo que precipitado, sobre nossas companhias, não se exterioriza aos olhos da carne a verdadeira índole, caráter ou essência espiritual de nenhuma pessoa. Muitos de nós somos questionados por nossas amizades e que, por sua vez, as pessoas passam a nos perceber como do bem ou do mal. Concluindo muitas vezes que pelas companhias que nós temos não somos dignos de sua amizade.
Nesta analogia, entendo que os espíritos se associam a nós pela nossa vibração, pelo nosso pensamento, pelas escolhas, consequentemente, passamos a entender que tipo de influência sofremos do plano espiritual.
E neste contexto, cabe elucidar como a obsessão ou influencia espiritual pode se configurar na vida comum. Lembramos então, as classificações das obsessões, descritas no Livro dos Médiuns, por Allan Kardec, a saber:
Obsessão Simples – acontece quando um espírito malfazejo se impõe a um médium, intromete-se, a seu mau grado, nas comunicações que recebe, impedindo-o de se comunicar com outros espíritos e se fazendo passar pelos que são evocados;
Fascinação – Tem consequências muito mais sérias. É uma ilusão produzida pela ação direta do espírito sobre o pensamento do médium que paralisa de algum modo sua capacidade de julgar as comunicações. O médium fascinado não acredita ser enganado: o espírito tem a arte de lhe inspirar uma confiança cega, que o impede de ver a fraude e de compreender o absurdo do que escreve, mesmo quando salta aos olhos de todos;
Subjugação – É uma atormentação que paralisa a vontade daquele que sofre e faz agir fora da sua normalidade. Está, numa palavra, sob um verdadeiro jugo;
A subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso, o subjugado é induzido a tomar decisões muitas vezes absurdas e comprometedoras, que, por uma espécie de ilusão, acredita serem sensatas; é uma espécie de fascinação. No segundo caso, o espírito age sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários. A subjugação corporal vai algumas vezes mais longe; ela pode levar aos atos mais ridículos.
Evidentemente, que em todos os casos temos a cura. Claro que, em se falando na companhia dos amigos espirituais, que querem nosso bem e nos guiar pelos caminhos do amor e da paz esta companhia será sempre bem vinda. Mas para os casos obsessivos precisamos procurar ajuda e a casa espírita é o local adequado para encontrar lenitivo para tal aflição.
Manoel Philomeno, ainda no Livro Nos Bastidores da Obsessão, nos dá uma simples receita:
“Iniciando o programa de recuperação, deve este esforçar-se de imediato para a modificação radical do comportamento, exercitando-se na prática das virtudes Cristãs, e principalmente, moralizando-se. A moralização do enfermo deve ter caráter prioritário, considerando-se que através de uma renovação íntima bem encetada, ele demonstra para o seu desafeto a eficiência das diretrizes que lhe oferecem como normativa de felicidade.”
Uma vez consciente da urgente necessidade de realizar a Reforma Íntima devemos, dentro da casa espírita, nos envolver com suas atividades e procurar aumentar sempre o nosso conhecimento das causas e efeitos, das múltiplas existências, e através das obras do nobre codificador e muitas outras enviadas pelos mensageiros da luz, a fim de nos elucidar e ajudar-nos no processo de autoconhecimento e o embasamento para como deveremos fazer nossa transformação moral.
Devemos então mudar nossa vibração, nossos pensamentos e nossas atitudes. Mas tudo isso só surtirá efeito se for plenamente verdade, pois como vimos os espíritos conseguem ver esta verdade que flui naturalmente do nosso espírito e, portanto, não os convenceremos se continuarmos alimentando ilusões a nosso respeito.
E assim, cabem cada vez mais, as orientações do Mestre Jesus que nos convoca a valorizar a ação generosa que o amor pode trazer para nossa vida, lembrando o mandamento maior: “Amareis o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração, de toda vossa alma e de todo vosso espírito. E complementa: “Amareis o vosso próximo como a vós mesmos.” 
Esta é uma lição de caridade, para consigo, para com o próximo. E tendo consciência da importância que o AMOR tem para nossas vidas e das mudanças que ele pode nos provocar, favorecendo-nos e nos aproximando sempre mais de DEUS, posso afirmar que as influencias danosas de espíritos malfeitores sumirão e apenas os servidores do bem, da paz e do amor estarão ao nosso lado, os que são espíritos de luz, anjos e conselheiros espirituais e por consequência a única coisa que irá nos acontecer, é a principal proposta que o Pai lança sobre nós, o encontro com a plena FELICIDADE.

Que sejamos todos felizes!

Muita paz!

Fernando Oliveira.

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