Este tema aqui abordado tem características bem claras de seminário,
visto que iremos fazer reflexões que ficam num contexto que devemos levar para
vida prática e desenvolver uma proposta de entendimento do nosso próprio ser e
ao mesmo tempo das mudanças de comportamento e atitudes que precisamos fazer.
Vamos começar definindo alguns conceitos da psicologia, muito comentados,
porém pouco conhecidos na sua verdadeira acepção, a saber:
EGO:
Com base no Dicionário informal significa núcleo da personalidade de uma
pessoa; princípio de organização dinâmica, diretor e avaliador que determina as
vivências e atos do indivíduo; função de controle sobre o seu comportamento,
sendo grande parte de seu funcionamento inconsciente.
SELF:
A consciência reflexiva, que é o conhecimento sobre si próprio e a
capacidade de ter consciência de si; a interpessoalidade dos relacionamentos humanos, através dos quais o
indivíduo recebe informações sobre si;
Além destes dois conceitos, existem outros três que se interagem e completam
na definição da personalidade humana, que são:
ID, EGO E SUPEREGO:
Com base no site psicoativo.com O ID é regido
pelo “princípio do prazer”, fundamento ligado à libido. Está relacionado a ação
de impulsos. É considerado inato. Está localizado na zona
inconsciente da mente, sem conhecer a “realidade” consciente e
ética, agindo, portanto, apenas a partir de estímulos instintivos, o que lhe
atribui a característica de amoral.
O EGO é a parte consciente da mente,
sendo responsável por funções como: percepção, memória, sentimentos e
pensamentos. É regido pelo “princípio da realidade”, sendo o principal
influente na interação entre sujeito e ambiente externo. É um componente moral,
que leva em consideração as normas éticas existentes e atua como mediador entre
ID e SUPEREGO.
O SUPEREGO é o componente inibidor da
mente, atuando de forma contrária ao id. Considerado hiper moral, segue o
“princípio do dever” e faz o julgamento das intenções do sujeito sempre agindo
de acordo com heranças culturais relacionadas a valores e regras de conduta. O
superego é, então, componente moral e social da personalidade.
Mas então o que seria o Egoísmo?
Segundo o Dicionário Wikipédia um sujeito egoísta é aquele que se coloca
no centro do seu universo. O egoísta, na verdade, é uma pessoa que prioriza a
si mesmo em relação aos outros, mas não necessariamente desprezando-os. Um
sujeito egoísta é aquele que acredita que, na sua perspectiva de ser, é mais
importante do que os demais seres.
Uma pessoa egocêntrica se interessa principalmente por si mesma e
demonstra pouca preocupação com os outros. (Site: pt.wikihow.com)
O que o espiritismo nos diz sobre o egoísmo?
Vamos encontrar no Evangelho Segundo o Espiritismo, diversas menções à
palavra egoísmo, mas destacamos a seguinte orientação:
O egoísmo é o sentimento oposto da caridade. Com o egoísmo e o orgulho,
que andam de mãos dadas, haverá sempre uma corrida favorável ao espertalhão,
uma luta de interesses em que são pisoteadas as mais santas afeições, em que
nem sequer os laços sagrados da família são respeitados. (Espírito Pascal – ESE
– Cap. 11 - item 12)
Sendo então o egoísmo este parceiro do desamor, da arrogância e da
vaidade, observamos seguindo a conceituação da psicologia que a personalidade
moral do ser egoísta esta intrinsicamente ligada ao seu ID primitivo e ao mesmo
tempo o SUPEREGO abordando comportamentos morais em desacordo com os princípios
de bondade, respeito e compaixão, tão necessários a boa relação com o próximo.
Nessa perspectiva, como saber se somos ou não egoístas?
O site: pt.wikihow.com, traz algumas sugestões para identificarmos se
temos uma personalidade egoísta, que são:
•
Quem
fala mais durante uma conversa?
•
Quem
parecia “conduzir” ou dominar a discussão?
•
Você
aprendeu alguma coisa nova sobre a pessoa com quem estava falando?
•
Você
fez alguma pergunta sobre a outra pessoa que não estava relacionada com sua
própria vida ou com suas experiências?
•
Pergunte-se
se você ouviu o que a outra pessoa estava dizendo, assim como a forma como ela
estava falando.
•
Você
já se sentiu como se estivesse lutando pelo tempo de falar ou teve que
interromper ou falar por cima da outra pessoa para conseguir expressar suas
ideias?
•
Você
sente que precisa que a sua história seja mais forte ou dramática que a da
outra pessoa?
•
Se
você sempre chateia as outras pessoas com o comportamento e não faz ideia de
como está fazendo elas se sentirem, talvez seja hora de trabalhar no
desenvolvimento da empatia e parar de se preocupar menos com você mesmo.
•
Pergunte
a si mesmo se você passa um bom tempo das suas interações sociais pensando em
como é visto pelos outros.
•
Note
se uma das suas primeiras respostas a um feedback é ficar na defensiva ou
irritado, em vez de tentar entender a perspectiva do outro.
•
Pense
em quantas vezes você culpa as outras pessoas quando algo dá errado.
Note, portanto, que todas estas questões ou afirmações do comportamento
egocêntrico apresentam características, as vezes, de uma personalidade que sofre,
que tem problemas de auto afirmação, de auto estima baixa e sentimentos de
ausência de amor que podem ser indício de problemas ocasionados durante a
construção de sua personalidade através das referências obtidas no convívio com
a família, com amigos e a própria sociedade.
Também poderíamos afirmar que na busca de conquistas materiais, que nem
sempre darão a sensação de prazer necessária para alcançar a felicidade
propriamente dita, o homem vai se afastando de Deus, ou não foi orientado sobre
os valores que a fé raciocinada e sentida, poderia melhorar suas relações
interpessoais.
E dentro deste paradigma entra o Espiritismo indicando que esta personalidade
desvirtuada dos princípios morais básicos pode estar subordinada as leis da “reencarnação”,
“ação e reação”, com riscos severos de processos “obsessivos”,
e por finalmente o entendimento que nada está só na vida, que um dia teremos
que nos ajustar diante da lei maior, considerando que teremos indubitavelmente
uma “vida futura”.
E por isso é tão importante encontrarmos o equilíbrio através da fé e das
lições do Mestre Jesus, como, por exemplo, que nos diz sobre o ser
bem-aventurado:
•
Bem-aventurados
os pobres de espírito, pois é deles o reino dos Céus. (Mateus, 5:3)
•
Bem-aventurados
os puros de coração, pois verão a Deus. (Mateus, 5:8)
•
Bem-aventurados
aqueles que são mansos, porque possuirão a Terra. (Mateus, 5:4)
•
Bem-aventurados
os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (Mateus, 5:9)
•
Bem-aventurados
os que são misericordiosos, porque eles próprios alcançarão misericórdia.
(Mateus, 5:7)
E evidentemente percebemos que o caminho seguro para ser bom, generoso, debelar
de vez o egoísmo está em duas sentenças de Jesus:
•
O
PERDÃO DAS OFENSAS; e
•
O
AMOR AO PRÓXIMO E AO(s) INIMIGO(s);
Mostrando perfeitamente que precisamos uns dos outros, e que nosso
superego deve ser alimentado pelos princípios morais de amor, paciência,
respeito, compaixão e caridade.
Sejamos então todos Luz!
Fernando Oliveira – 19/08/2018.
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